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A isenção do IR tem um lado bom e um lado ruim?

A isenção do IR tem um lado bom e um lado ruim?

isenção do IR
A decisão do governo federal de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 e reduzir a tributação para aqueles com renda de até R$ 7.000 é um passo importante para aliviar a carga tributária da classe média e incentivar o consumo interno. Trata-se de uma medida que coloca mais dinheiro diretamente no bolso dos trabalhadores, o que pode trazer impactos positivos para a economia, especialmente em um momento em que o Brasil ainda busca consolidar sua recuperação após anos de desafios econômicos.
Ao reduzir a tributação sobre os salários, o governo permite que mais pessoas tenham renda disponível para consumo, o que, por sua vez, impulsiona setores como comércio, serviços, indústria e turismo. Isso não apenas aquece a economia, mas também pode gerar novos empregos, pois empresas que vendem mais tendem a contratar mais funcionários para atender à demanda crescente. Além disso, essa política tem um impacto direto na redução da inadimplência, uma vez que muitos brasileiros endividados poderão utilizar esse alívio tributário para regularizar suas contas e reorganizar suas finanças.
No entanto, é preciso olhar para o outro lado dessa equação: a perda de arrecadação. Estados e municípios dependem fortemente dos repasses federais provenientes do Imposto de Renda, e uma redução significativa na arrecadação pode comprometer a capacidade dos governos locais de manter serviços essenciais funcionando. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), por exemplo, é uma das principais fontes de receita para muitas prefeituras, especialmente em cidades menores, onde a atividade econômica local não é suficiente para garantir arrecadação própria robusta. Com menos dinheiro no caixa, serviços fundamentais como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura podem ser impactados, prejudicando justamente a população que deveria ser beneficiada por essa desoneração.
Além disso, há um risco real de que essa perda de arrecadação leve o governo federal a buscar outras fontes de receita para equilibrar as contas públicas. Historicamente, quando há redução em impostos diretos, como o Imposto de Renda, há uma tendência de aumento de tributos indiretos, como PIS, Cofins e ICMS. Esses impostos, ao contrário do IR, incidem sobre o consumo e afetam proporcionalmente mais as classes mais baixas, pois encarecem produtos e serviços essenciais. Ou seja, o alívio tributário concedido pode acabar sendo anulado por um possível aumento da carga fiscal sobre o consumo.
Portanto, embora a isenção e os descontos no IR sejam, à primeira vista, medidas benéficas para os trabalhadores e para o mercado, elas precisam vir acompanhadas de um planejamento fiscal responsável. Caso contrário, os municípios enfrentarão dificuldades para manter suas estruturas funcionando, e a população poderá sofrer com a piora dos serviços públicos. O desafio do governo será encontrar um ponto de equilíbrio entre estimular o consumo, garantir justiça tributária e manter a sustentabilidade fiscal. Se essa equação não for bem resolvida, corremos o risco de ver uma solução que, em vez de aliviar a vida dos brasileiros, acabe gerando novos problemas no futuro.
Descomplicando a Economia com Marcio Rocha

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