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A revolução do marketing digital (2024 → 2025) — o que mudou, por que importa e o que vem em 2026

A revolução do marketing digital (2024 → 2025) — o que mudou, por que importa e o que vem em 2026

O marketing digital viveu outra etapa de aceleração entre 2024 e 2025: IA generativa deixou de ser uma promessa e virou ferramenta operativa; o vídeo curto consolidou-se como o formato dominante; as questões de privacidade e medição seguiram em transformação; e a economia de criadores ganhou novas formas de monetização. Essas mudanças não afetaram apenas grandes marcas — abriram janelas de oportunidade (e risco) para pequenas empresas e empreendedores de baixa renda. Neste artigo examinamos dados, autores, casos reais, impactos e desenhamos uma projeção prática para 2026.

Tendencias y predicciones de marketing digital para 2025


1. Panorama macro: os vetores que movimentaram 2024–2025

1.1. IA e automação virando infraestrutura

Em 2024 a adoção de ferramentas de IA já vinha crescendo; em 2025 observou-se industrialização da IA em marketing — desde geração de criativos e roteiros até otimização de campanhas e automação de atendimento. Relatórios recentes da McKinsey mostram que empresas estão reconfigurando processos para extrair valor real de IA e priorizando governança e liderança para isso.

1.2. Vídeo curto = formato dominante

Vídeos Curtos vs. Vídeos Longos: Quando Usar Cada Formato? - Cluster

 

O consumo de vídeo segue em curva ascendente: estimativas apontam que o vídeo representará a maior parcela do tráfego da internet e que formatos curtos (Reels, Shorts, TikTok) geram taxas de engajamento muito superiores a vídeos longos — impacto direto nas decisões de compra de gerações mais jovens. Relatórios apontam que vídeos curtos já são importantes drivers de conversão e descoberta.

1.3. Privacidade, medição e cookies

A migração para modelos de mensuração menos dependentes de cookies continuou sendo tema central. Enquanto o ecossistema se adaptava a GA4 e soluções cookieless, houve também reviravoltas (discussões sobre adiamento/ajuste da depreciação de cookies no Chrome). Isso exige novas abordagens: modelagem por agregação, Consent Mode/GA4, first-party data e estratégias centradas em valor para o usuário.

1.4. CTV e vídeo em telas grandes

Samsung Ads e Google ampliam oferta de publicidade programática em CTV -  TELA VIVA News

Connected TV e formatos de vídeo em tela grande ganharam relevância no mix de mídia, atraindo verba publicitária premium e integrando modelos de mensuração diferentes da web tradicional. PwC e outras consultorias destacam o crescimento de receitas em CTV e formatos de vídeo digital.


2. O que efetivamente mudou entre 2024 e 2025 (com dados)

2.1. Adoção de IA

Segundo pesquisas e levantamentos do setor, mais empresas passaram de experimentos para deploy de IA em escala: ferramentas de geração de conteúdo (textos, imagens, vídeo), personalização em tempo real e automação de lances em campanhas. A McKinsey mostra tendência de empresas redesenhando workflows a partir de IA.

2.2. Dominância do vídeo curto nas decisões de compra

Vídeos influenciam decisão de compra de consumidores

Estudos e relatórios setoriais indicam que short-form video tem impacto direto na pesquisa e compra — plataformas relatam que uma parcela significativa da Geração Z faz compras após ver vídeos curtos e anúncios nesses formatos. Ferramentas de anúncios nas plataformas (TikTok, YouTube, Instagram) também aperfeiçoaram atribuições para medir esse impacto.

2.3. Mudanças de privacidade: GA4 & cookieless

O fim do Universal Analytics (GA UA) e o avanço do GA4 mudaram a forma de medir. Além disso, o mercado lidou com oscilações sobre a depreciação de cookies — o que levou muitas empresas a acelerar investimentos em first-party data e consent-based tracking.

2.4. Plataformas que cresceram e casos de uso

  • TikTok / YouTube Shorts / Reels continuam impulsionando descoberta e vendas (relatos de sucesso e estudos de caso mostram impacto direto de campanhas criativas). Plataformas ampliaram ferramentas de e-commerce integradas (shoppable ads, lojas nativas).

  • Pequenas marcas nativas digitais (DTC) cresceram explorando criatividade orgânica + anúncios boost. Plataformas e Shopify publicaram diversos estudos de caso onde pequenas marcas escalaram vendas por campanhas curtas e orientadas a performance.


3. Autores e pensadores que ajudam a interpretar essas mudanças

Phillip Kotler: Os Melhores Livros Do Pai Do Marketing - R&D

  • Philip Kotler — clássico do marketing: reforça que princípios de segmentação, proposta de valor e posicionamento continuam válidos; a tecnologia apenas muda canais e velocidade.

  • Scott Galloway — analisa como plataformas dominantes (Google, Meta, Amazon, ByteDance) remodelam ecossistemas e margens; alerta para riscos da dependência de plataformas.

  • Andrew Ng / especialistas em IA — destacam que a adoção de IA exige governança e redesenho de processos para realmente gerar valor (e não apenas automação de tarefas).

  • Relatórios McKinsey / PwC / eMarketer — fornecem dados de adoção, crescimento de formatos e impacto econômico que embasam decisões estratégicas.

4. Cases práticos e lições para pequenas marcas (e para pessoas de baixa renda)

4.1. Cases de sucesso

  • Marcas DTC que viralizaram em TikTok: exemplos compilados por Shopify mostram que pequenas lojas que combinam conteúdo autêntico com anúncios bem segmentados escalam vendas rapidamente — sem necessidade de investimento publicitário gigantesco. Shopify+1

  • Uso de criativos gerados por IA + teste rápido: várias PMEs passaram a usar ferramentas de geração de textos e imagens para testar dezenas de variações criativas por uma fração do custo antes de escalar o que funciona.

4.2. Por que isso funciona para baixa renda / pequenos empreendedores

  1. Barreira de entrada baixa: criar conteúdo (vídeo curto) com smartphone e edição simples já gera alcance.

  2. Custo por aquisição (CPA) competitivo: criatividade + segmentação local pode reduzir custos comparado ao marketing tradicional.

  3. Economia de plataforma: vendas via features nativas (Instagram Shop, TikTok Shop) reduzem atrito na conversão.

  4. Apoio de ecossistema: martechs e plataformas (Shopify, TikTok for Business) apresentam playbooks e créditos para PMEs. Shopify+1


5. Prejuízos, riscos e limites (quem perde e por quê)

5.1. Dependência de plataformas

Marcas pequenas que se tornam dependentes de um único canal (TikTok/Meta/YouTube) ficam vulneráveis a mudanças de algoritmo, políticas e custos de mídia — o que já ocorreu em ciclos anteriores.

5.2. Medição e atribuição fragilizadas

Com cookieless e mudanças de medição, muitas PMEs tiveram dificuldade para replicar estratégias escaláveis. A falta de padrões exige foco em métricas de negócio (LTV, ROAS ajustado) e menos em métricas de vaidade.

5.3. Qualidade vs. quantidade em IA

Geração de conteúdo automática pode acelerar produção, mas aumenta risco de conteúdo genérico, perda de autenticidade e problemas de compliance (direitos autorais, deepfakes). Governança e revisão humana são essenciais.


6. Projeção 2026 — o que esperar (cenário provável)

6.1. Adoção massiva de IA aplicada ao marketing

Em 2026 veremos empresas pequenas usando IA para automação criativa, personalização 1:1 e otimização de campanhas em tempo real — não como luxo, mas como ferramenta operacional básica. A governança da IA (viés, privacidade) será critério de diferencial competitivo. McKinsey & Company

6.2. Vídeo curto + CTV = combo onipresente

Short-form continuará dominando mobile e discovery; CTV ampliará a captura de atenção em lares, criando oportunidades para campanhas híbridas (shorts → CTV premium). Marcas que dominarem conteúdo vertical e formatos long/short terão vantagem.

6.3. Economia de criadores consolidada e novas monetizações

Criadores se tornarão hubs de micro-influência geográfica e setorial; marcas locais conseguirão parcerias pagas com creators regionais para performance e vendas diretas. Ferramentas de affiliate e commerce integradas ficarão mais sofisticadas.

6.4. Privacidade e first-party data

Com a instabilidade do ecossistema de cookies, a first-party data (cadastros, CRM, leads) será o ativo crítico. Investir em fidelização, e-mail, WhatsApp/Telegram, programas e atendimento será essencial.


7. Aplicabilidade prática — roadmap para pequenas marcas e empreendedores de baixa renda

Passo 1 — Priorize presença em vídeo curto (baixo custo)

  • Produza conteúdo autêntico 3–5x por semana. Teste criativos curtos (10–30s).

  • Use tendências de áudio e desafios locais para ganhar alcance orgânico.

Passo 2 — Construa first-party data desde o primeiro clique

  • Colete contatos com ofertas simples (cupom/entrega grátis) e direcione para WhatsApp/CRM.

  • Use essa base para campanhas de remarketing e vendas recorrentes.

Passo 3 — Teste IA com governança

  • Use ferramentas de IA para brainstorm de scripts, legendas, variações visuais. Sempre revise e localize o conteúdo para evitar perda de voz da marca.

Passo 4 — Misture orgânico + pago com foco em ROAS

  • Comece com anúncios de baixo custo para validar criativos; escale o que converte.

  • Combine anúncios de alcance (shorts) com funil (vídeo + landing + oferta).

Passo 5 — Parcerias locais e creators

  • Busque micro-influenciadores locais: custo mais baixo, maior confiança comunitária e ROI muitas vezes superior.


8. O que o governo, escolas e ecossistema podem fazer

  • Capacitação digital local (prefeituras e SEBRAE): cursos de produção de vídeo, vendas online e gestão de anúncios.

  • Linhas de crédito e micro-subsidios para investimentos em ferramentas digitais.

  • Programas de mentoria que conectem PMEs com agências e plataformas.


9. Conclusão ampla

Entre 2024 e 2025 o marketing digital deixou de ser apenas um canal tático para empresas: passou a ser infraestrutura de negócio — com IA, vídeo curto e novos modelos de monetização reconfigurando estratégias. Para grandes marcas, trata-se de escala e governança; para pequenas marcas e empreendedores de baixa renda, é uma oportunidade histórica de acesso a audiência e receita com investimento relativamente baixo.

No caminho para 2026, vencerá quem combinar criatividade humana com automação responsável, construir ativos próprios (first-party data) e operar em formatos nativos das plataformas (shorts, lives, CTV). Políticas públicas de capacitação, linhas de crédito e mentorias serão cruciais para que esse potencial se traduza em crescimento inclusivo, e não em concentração de poder nas mãos de poucos players.


Referências (selecionadas — leitura recomendada)

  1. McKinsey & Company — The state of AI; The top trends in tech. McKinsey & Company+1

  2. PwC / Reuters — AI-powered ads to drive growth for entertainment and media (resumo do Global Entertainment & Media Outlook 2025–29). Reuters

  3. Google Support — GA4 replacing Universal Analytics (2024). Google Ajuda

  4. eMarketer & Backlinko — relatórios e dados sobre TikTok/short-form video growth (2024–2025). EMARKETER+1

  5. Shopify / TikTok case studies — sucessos de pequenas marcas em TikTok e integração de e-commerce. Shopify+1

  6. Lifewire / estudos sobre short-form impact on purchase decisions. Lifewire

  7. Artigos sobre cookieless & GA4 implementation (Kiwicreative, CookieYes, Northbeam). blog.kiwicreative.net+2CookieYes+2

  8. Relatórios de sucesso e cases oficiais das plataformas (TikTok For Business / YouTube Shorts case pages).


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