O advogado de Walter Delgatti, Ariovaldo Moreira, anunciou nesta sexta-feira, 18, que entrou com um pedido de liberdade provisória em favor de seu cliente, expressando preocupações quanto à integridade física do hacker no ambiente prisional. Em uma coletiva de imprensa, Moreira destacou que, dadas as declarações recentes de Delgatti durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, o estado de detenção o torna uma “presa fácil”.
“Nós impetramos um pedido de liberdade provisória. A defesa entende que o Walter preso é uma presa fácil. Nós temos receio que o Walter sofra algum atentado. Dentro do presídio, isso iria facilitar, tendo em vista as declarações do Walter ontem, que envolvem todas as pessoas que estavam em volta de Bolsonaro enquanto presidente da República”, declarou Ariovaldo Moreira.
A preocupação levantada pela defesa de Delgatti é baseada nas declarações feitas pelo próprio hacker durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, que investiga a invasão de sistemas e vazamento de informações de autoridades públicas. No entanto, Moreira enfatizou que, embora Delgatti tenha mencionado a deputada Carla Zambelli em seu testemunho, as alegações sobre outros envolvidos, como um ministro e o ex-presidente Jair Bolsonaro, não foram reportadas a nenhuma autoridade anteriormente.
A convocação de Walter Delgatti para um novo depoimento pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 18, pegou a defesa de surpresa. Ariovaldo Moreira expressou desconhecimento sobre o propósito da autoridade policial ao convocar novamente seu cliente. No entanto, informações obtidas pela Jovem Pan indicam que a reconvocação se deu devido a contradições e novos elementos que emergiram nos depoimentos anteriores.
O caso de Walter Delgatti ganhou notoriedade em 2019, quando ele foi preso por supostamente invadir sistemas e divulgar conversas privadas de diversas figuras públicas. Desde então, o hacker tem estado sob a mira das investigações e sob custódia.
Enquanto aguarda o desenrolar dos acontecimentos, a defesa de Walter Delgatti apela para a liberdade provisória com o argumento de que sua permanência no ambiente prisional pode representar um risco à sua segurança. A solicitação destaca o temor de que sua exposição em relação às declarações feitas durante a CPMI do 8 de Janeiro possa torná-lo alvo de ameaças dentro do sistema carcerário.
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