Alimentação inclusiva nas escolas de Aracaju: Nas escolas da rede municipal de Aracaju, as crianças com algum tipo de alergia, intolerância ou restrição alimentar recebem diariamente uma merenda com cardápios ajustados conforme as suas necessidades. A alimentação inclusiva e segura nas escolas é um direito de todos, e a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), tem se preocupado em garantir a alimentação escolar para esse público.
Atualmente, cerca de 90 alunos da rede municipal são atendidos com alimentação adaptada. Os casos mais comuns são de crianças com intolerância à lactose, alergias a proteínas do leite e do ovo, doença celíaca, diabetes e hipertensão arterial. Também fazem parte desse grupo as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seletividade alimentar. Segundo o coordenador de Alimentação Escolar da Semed, Rafael Silva Fontes, quando as unidades de ensino identificam os alunos e suas necessidades específicas, os dados são enviados para a Secretaria e, posteriormente, encaminhados para a empresa terceirizada responsável pela preparação da merenda.
“A empresa fornece o alimento de acordo com as necessidades de cada aluno. Se algum for intolerante à lactose, o alimento será preparado com leite sem lactose. No caso de alergia à proteína do leite, os alunos recebem alimentos com leite vegetal. Para alergia à proteína do ovo, eles recebem macarrão sem ovo. No caso de diabetes e hipertensão, recebem alimentos integrais. Para sensibilidade ao glúten, recebem aveia sem glúten”, explicou.
Alimentação Personalizada para Alunos Autistas
Crianças autistas também fazem parte do grupo de alunos com restrições alimentares, tendo a merenda adaptada a cada caso. De acordo com o coordenador Rafael Fontes, essas crianças são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar composta por terapeuta ocupacional, neurologista, nutricionista, psicólogo, entre outros profissionais.
“Em relação à merenda escolar, não temos um cardápio padronizado para todos, pois cada aluno pode apresentar uma condição diferente. Às vezes uma fruta vem cortada, mas por terem sensibilidade no tato, alguns alunos acabam rejeitando. Então, são feitas adaptações para cada criança na escola para que elas se alimentem”, detalhou.
Essa preocupação da administração municipal em adaptar a merenda para os alunos com necessidades alimentares especiais é de fundamental importância para o desenvolvimento deles. “A alimentação é um direito de todos os alunos, por isso essas adaptações são necessárias. Temos todo o cuidado de proceder dessa forma, porque não se trata apenas de alimentar, mas de nutrir”, afirmou o coordenador.
Exemplo de Inclusão na Emei Júlio Prado Vasconcelos
Unidade de ensino recém-inaugurada, a Emei Júlio Prado Vasconcelos, localizada no bairro São Conrado, tem feito um trabalho exemplar de identificar os alunos com restrições alimentares e adaptar a merenda. A diretora Goreti Barros explica como se dá todo o processo na escola.
“Quando fazemos matrícula, realizamos um levantamento para saber sobre o que a criança pode comer e se tem alguma intolerância a algum alimento. Passamos esses dados para o pessoal da cozinha, para que seja feita toda a adaptação, e também enviamos para a Semed, para que a Secretaria nos envie o alimento adequado. É isso que a gente precisa, dar ao aluno o que ele necessita para que tenha uma primeira infância saudável”, disse a diretora.
A supervisora da alimentação na Emei Júlio Prado Vasconcelos, Rosângela Rocha, que trabalha na empresa terceirizada de preparo dos alimentos, destaca que a adaptação da merenda para crianças com necessidades alimentares especiais é uma forma de inclusão.
“É importante porque fazemos a inclusão e eles têm direito à mesma alimentação que os outros alunos. Quem tem essas patologias geralmente é seletivo. Então, fazemos a adaptação de acordo com a preferência deles, para que tenham uma alimentação adequada e inclusiva”, afirmou Rosângela.