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Arquivo Público de Sergipe comemora 101 anos de trabalho de preservação da história do estado

Arquivo Público de Sergipe comemora 101 anos de trabalho de preservação da história do estado

Arquivo Público de Sergipe comemora 101 anos de trabalho de preservação da história do estado

A comemoração foi marcada por homenagens e novidade para acesso ao acervo público

Institucionalizado pela Lei n° 845, de 15 de outubro de 1923, o Arquivo Público do Estado de Sergipe (Apes) comemora seus 101 anos de salvaguarda da história do povo sergipano. Para marcar essa data especial, foi realizada uma vasta programação na manhã desta terça-feira, 15, no auditório do Apes, com apresentação cultural, homenagens, lançamentos e uma conferência com a professora Roberta Rosa.

Com o papel de guardar e preservar documentos importantes sobre a história do estado, o Arquivo Público do Estado de Sergipe carrega em seus arquivos a sergipanidade, desde toda a documentação que marca a Emancipação Política de Sergipe até documentos doados a partir de pesquisas realizadas por nomes como Beatriz Góes Dantas, Gumercindo Bessa, Ibarê Dantas, entre outros pesquisadores que deixaram seu nome na história de Sergipe.

“A nossa principal função realmente é dar acesso a essa informação; é fazer com que as pessoas tenham acesso a isso. Então, a gente cuida para preservar, a fim de que a sociedade sergipana sempre possa ter acesso a esse material e possa cada vez mais conhecer”, explica a diretora do Apes, professora Sayonara Santana.

Durante a programação, ocorreu a entrega do Diploma de Reconhecimento às Boas Práticas em Prol da Preservação da Memória em Sergipe, que homenageou diversas figuras que contribuíram com a preservação do Apes. Dentre eles está Aglaé D’Ávila Fontes, considerada uma personalidade importante na cultura sergipana por meio de seus trabalhos. 

A atual diretora executiva do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS) descreve o Apes como o defensor da história de Sergipe. “O Arquivo vive e permanece em luta para que nada que está dentro do seu espaço seja destruído. Então, ele é um lutador eterno pela história, pela defesa daquilo que representa a nossa integridade, a nossa identidade. Tenho uma profunda admiração e fico feliz de ver que está fazendo 101 anos, mas muitos anos virão, e com uma consciência maior do sergipano do valor que ele representa na sua história”, completa Aglaé.

Outro nome que recebeu a homenagem foi o do jornalista e cineasta sergipano Dida Araújo, que contribuiu com a criação do documentário de 100 anos do Apes. Dida mencionou como se surpreendeu com a quantidade de arquivos históricos disponíveis, que pouco são explorados pela população. Ele se sente gratificado por receber essa homenagem e feliz por saber que seu trabalho contribuiu para a preservação da memória sergipana.

Como novidade, em comemoração aos 101 anos do Arquivo Público, foi realizado o lançamento oficial dos Instrumentos de Pesquisa do Apes, disponíveis no seu portal no site da Secretaria de Educação e Cultura de Sergipe (Seduc). Esse novo instrumento traz para o público a facilidade no acesso às informações que estão disponíveis, possibilitando assim mais ferramentas de acesso às documentações.

Para finalizar a comemoração, a professora, historiadora e arqueóloga Roberta Rosa foi convidada a falar sobre sua pesquisa de doutorado, que aborda os Torpedeamentos na Costa Sergipana. Com o título ‘Só restaram corpos e destroços? Arqueologia dos torpedeamentos (1942)’, a professora se dedicou a estudar documentos do arquivo público, incluindo fontes primárias e fotografias dos destroços encontrados. Roberta destacou a importância da documentação guardada pela instituição e elogiou a equipe do arquivo pela ajuda na busca de informações.

Histórico do Apes
As origens do Apes remontam à antiga Biblioteca Provincial de Sergipe de São Cristóvão, criada pela Lei nº 233, de 16 de junho de 1848, à qual o arquivo vinculava-se como uma seção. Somente em 1923, o Apes é institucionalizado pela Lei nº 845, de 15 de outubro de 1923, no Governo Graccho Cardoso. Em 1926, o Arquivo volta a ser uma seção da Biblioteca por falta de recursos e é ‘recriado’ pelo Decreto-lei nº 617, de 3 de abril de 1945, na Interventoria Federal de Maynard Gomes.

Por um século a serviço da sociedade sergipana, o Apes persevera em sua missão de oferecer à comunidade serviços de caráter primordial para o fortalecimento da cidadania. Ao celebrar 101 anos, o Apes tem uma trajetória marcada por ininterrupta dedicação, promovendo a reflexão sobre a história nos esforços de conservação e preservação de uma significativa parcela do patrimônio documental do Estado de Sergipe.

O Apes é uma instituição encarregada de guardar, preservar e dar publicidade aos documentos produzidos pelo Poder Executivo ao longo de sua história, como correspondências oficiais, leis, decretos, documentos da burocracia estadual, mapas, fotografias, jornais, entre outros. O Arquivo tem alimentado pesquisas, entre monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado, produzidas dentro e fora do Estado de Sergipe, e até pesquisas de estudiosos de outros países.

São aproximadamente dois milhões de registros administrativos e históricos, mais de seis mil obras bibliográficas em sua biblioteca e em torno de 2.600 fotografias e negativos no Acervo Iconográfico. Além disso, o espaço também guarda uma coleção de jornais e diários oficiais na Hemeroteca, e mapas, projetos e plantas do Acervo Cartográfico de obras divididas em fundos arquivísticos subdivididos em pacotilhas arquivadas em um montante de estantes que compõem o prédio secular.

O acervo do Apes possui um universo documental da Emancipação Política de Sergipe, versando sobre as histórias da Administração do Estado, da Assembleia Provincial, da História do Império do Brasil e suas ramificações em Sergipe, do Regime Republicano no país e no estado, a História indígena, a História da Escravidão, processos, inventários e testamentos e listagens eleitorais.

Dentre os inúmeros documentos estão a escritura de compra e venda de uma propriedade rural de 1692, documento mais antigo da instituição, além das coleções particulares do pesquisador Sebrão Sobrinho; do jurista Gumercindo Bessa; do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epiphanio Dória, entre outros. Consta ainda do acervo do Apes todo o diário oficial, impresso em Sergipe desde a primeira edição em 1895.

Fotos | Maria Odília

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