As presenças do presidente Lula, do ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela relação com os movimentos sociais e que sempre recebeu e deu encaminhamento à agenda das Centrais Sindicais, assim como de outros ministros e parlamentares, se deram exclusivamente como convidados, não cabendo nenhum papel organizativo ou de mobilização nesse evento.
Em artigo divulgado e distribuído a toda imprensa nesta sexta-feira (3), a CUT, em conjunto com as demais Centrais Sindicais, reafirma a importância da celebração do 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora.
“Este 1º de Maio foi um momento para energizar a militância para a próxima jornada de lutas que é cada vez mais desafiadora. Apesar de todas as adversidades que as Centrais e entidades sindicais dos trabalhadores enfrentam, atacadas desde 2016, com a extinção e severa restrição ao seu financiamento, a campanha contínua contra os sindicatos, a retirada do poder de negociação e a supressão de dezenas de direitos trabalhistas, continuamos firmes na luta, aqui no Brasil e pelo mundo afora.
Nada nos detém nem deterá. As adversidades sempre foram e serão enfrentadas com a determinação de superá-las.
ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)
Roberto Parizotti (Sapão)
A seguir, a íntegra do artigo.
Viva o 1º de Maio de lutas e conquistas
As Centrais Sindicais e suas entidades de base – sindicatos, federações e confederações – realizaram o Ato de 1º de Maio em São Paulo, nas capitais e em centenas de outros municípios, reunindo centenas de milhares de trabalhadores e militantes.
No ato de São Paulo, milhares de militantes se reuniram para ouvir suas lideranças e, com elas, interagir. Nossas mensagens apontaram as conquistas recentes e indicaram nossos desafios e as prioridades futuras.
Na política nacional, destacamos a retomada da valorização do salário mínimo, que beneficia milhões de trabalhadores assalariados e autônomos, aposentados e beneficiários de políticas de transferência de renda; a política de igualdade salarial entre homens e mulheres; a política para o trabalho de cuidados está em fase final de elaboração; as mesas nacionais de negociação que produziram um acordo, transformado em projeto de lei, para garantir direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais para os trabalhadores em plataforma de transporte de pessoas; a isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos; a nova política industrial, orientada com diretrizes de sustentabilidade socioambiental e metas de geração de empregos de qualidade, entre tantas outras conquistas recentes.
A luta sindical no chão das empresas acontece todos os dias. Neste 1º de Maio, comemoramos a contínua atuação sindical na organização das campanhas que celebram, a cada ano, mais de 50 mil acordos e convenções coletivas em todos os setores espalhados pelo país. Os dados do DIEESE indicam que quase 90% dos reajustes salariais conquistados nas negociações coletivas foram acima da inflação, portanto, com aumento real.
A militância reunida participou do ato político, que também contou com muita cultura, música e poesia, como é tradição e marca do movimento sindical nos 1º de Maio. O ato contou com a participação de lideranças do movimento popular e de dirigentes sindicais de diversas categorias e setores que puderam fazer o balanço das lutas, das conquistas e indicar os desafios que teremos pela frente.
As presenças do presidente Lula, do ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela relação com os movimentos sociais e que sempre recebeu e deu encaminhamento à agenda das Centrais Sindicais, assim como de outros ministros e parlamentares, se deram exclusivamente como convidados, não cabendo nenhum papel organizativo ou de mobilização nesse evento. Destacamos que os anúncios feitos pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e pelo presidente Lula vieram ao encontro da Pauta da Classe Trabalhadora, atendendo nossas reivindicações ou indicando os próximos passos a serem seguidos.
Este 1º de Maio também foi um momento para energizar a militância para a próxima jornada de lutas que é cada vez mais desafiadora. Apesar de todas as adversidades que as Centrais e entidades sindicais dos trabalhadores enfrentam, atacadas desde 2016, com a extinção e severa restrição ao seu financiamento, a campanha contínua contra os sindicatos, a retirada do poder de negociação e a supressão de dezenas de direitos trabalhistas, continuamos firmes na luta, aqui no Brasil e pelo mundo afora. Nada nos detém nem deterá. As adversidades sempre foram e serão enfrentadas com a determinação de superá-las.
Nunca houve vida fácil para a classe trabalhadora. O sindicalismo está na origem das democracias modernas, das liberdades políticas, no direito ao voto universal, na distribuição dos ganhos econômicos advindos do trabalho de todos. Tudo o que temos hoje em termos de direitos trabalhistas, sociais, previdenciários, sindicais e políticos veio das lutas nas quais muitos deram suas vidas. O que hoje parece natural tem uma história de solidariedade e de luta da classe trabalhadora.
Renovamos nossa prioridade de investir na valorização e no fortalecimento da negociação coletiva, na capacidade autônoma da organização sindical de se atualizar frente ao mundo do trabalho do futuro e de termos regras transparentes para o financiamento sindical conforme definido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Para aqueles que, persistentemente, atuam para enfraquecer ou destruir o movimento sindical, debilitar nossa capacidade de luta e de representação e dinamitar a solidariedade da classe trabalhadora, queremos deixar claro que a celebração do 1º de Maio aumenta nossa resiliência e nos fortalece para enfrentar e superar todos os ataques e seguir lutando e trazendo novas conquistas para a classe trabalhadora.
Manifestamos, diante da tragédia climática no estado do Rio Grande do Sul, nossa solidariedade a toda população atingida e conclamamos todas as entidades sindicais a se juntarem na campanha de solidariedade mobilizada pelas Centrais Sindicais.
Viva o 1º de Maio! Viva nossa unidade! Viva a energia e a capacidade de luta da nossa militância.
Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de
Trabalhadores)
Antonio Neto, presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor
São Paulo, 3 de maio de 2024
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