Realizado pela AVBR Produções, o Festival conta com o patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura
A 24ª edição do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-Se) segue com o compromisso de unir música e audiovisual em uma programação que evidencia a cultura sergipana e a produção independente. Uma roda de conversa foi realizada na manhã desta quinta-feira, 6, no Cine Walmir Almeida (Cinema do Centro), com diretores de filmes exibidos na Sala Petrobras de Cinema do Memorial de Sergipe, localizado na Orla da Atalaia. Este último, que serviu de espaço para novas mostras de sessões especiais e competitivas, abertas ao grande público no turno da tarde. Pela noite, o público que tem acompanhado a programação do Festival ainda marcou presença no Complexo Cultural Gonzagão, que foi palco Petrobras para as atrações Pedro Lua e a banda Tocaia, cujos repertórios se destacam no cenário musical local e nacional.
Os shows integraram a programação cultural do Curta-Se 24, que acontece até o dia 9 de novembro, de forma gratuita, na capital sergipana, mediante realização da AVBR Produções e patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura. “Foi uma noite de musicalidade intencional, no sentido de valorizar as potencialidades nordestinas, como o forró, e a instrumentação característica, seja através do zabumba ou do triângulo. Como o audiovisual perpassa pela musicalidade, estamos agregando elementos que condizem com a proposta desse Festival”, pontuou Deyse Rocha, produtora executiva do Curta-Se.
O cantor e compositor Pedro Lua subiu ao palco Petrobras do espaço Gonzagão com um repertório que combina poesia, regionalidade e experimentação sonora. Suas músicas trazem à tona a memória afetiva do povo sergipano, com interpretações sensíveis e voz marcante. “Me sinto inserido nesse universo de fomento do audiovisual e da musicalidade nordestina. O Curta-Se é um evento fundamental para a cultura local, que dialoga bastante com o que eu tenho feito ao longo dos meus dez anos de carreira, me relacionando com outras formas de fazer arte, o que corresponde à essência desse Festival, reconhecido por trazer o cinema como protagonista, abraçando as artes irmãs para ‘temperar essa comida’ que agrada as pessoas”, analisou o cantor e compositor.
A banda Tocaia apresentou um show caracterizado pelas influências do rock, forró e ritmos urbanos, em uma fusão multinstrumentista que reafirma a força da música nordestina. O grupo carioca é composto por quatro mulheres que iniciaram a banda com sons da zabumba, sanfona, triângulo e violino. “Depois expandimos os arranjos com a inserção do pife e violão, com influência da música latina e de grandes nomes da música nordestina, como a cantora pernambucana Isadora Melo. Em nossa primeira aparição no Curta-Se é impactante e honroso saber que o amplo acesso do público ao audiovisual e à musicalidade acontece há 24 anos. Nossa estreia em Aracaju, no Gonzagão, está sendo marcada por esse Festival e pela influência desse grande artista”, declarou uma das integrantes da banda, Paloma Ronai.
Entre os forrozeiros que ocuparam o Gonzagão, o casal Jucenir Ferreira e Melquisedec Ferreira, aracajuanos que têm acompanhado a programação do Curta-Se pelos perfis nas redes sociais: @avbrproducoes e @festivalcurtase. “Curtimos bastante o cinema e a música, e através do Curta-Se a junção é relevante, não só para que tenhamos acesso às produções culturais vindas de outras regiões brasileiras, mas para que artistas e o grande público de outras regiões brasileiras tenham acesso às nossas produções audiovisuais. Valorizar nossa arte reafirma nossa identidade, que é valiosa, e recebendo o investimento da Petrobras na nossa cultura, a gente sabe que vem coisa boa, a exemplo desse Festival”, afirmou Jucenir.
Mostras
Entre as exibições da mostra competitiva de curtas-metragens iberoamericanos, ‘Eu não sei se vou ter que falar tudo de novo’, dirigido por Vitória Fallavena e Thassilo Weber e produzido no Rio de Janeiro, foi exibido às 17h30. A diretora, roteirista, atriz e assistente de direção, Vitória Fallavena, esteve presente na sessão, prestigiando a exibição como convidada especial do festival. Para Fallavena, seu primeiro curta-metragem foi criado a partir de histórias pessoais, em diálogo com as vivências do diretor e coautor Thassilo Weber. “Estou muito feliz por estar no Curta-Se 24, que traz realizadores e nos faz vivenciar a cultura de outra forma, em Sergipe. É uma oportunidade incrível e espero em breve estar numa nova edição desse Festival com um longa metragem”, anseia.
O curta-metragem iberoamericano ‘Bijupirá’, do roteirista e diretor brasileiro Eduardo Boccaletti, também convidado a participar da sessão, caracteriza-se pelo uso do contraluz, da trilha sonora grandiloquente e dos efeitos aplicados a cada plano. “Estou super feliz por estar em Aracaju, no Curta-Se, que exibiu o curta nascido da vontade de unir diversas formas de contar histórias provenientes da minha família. Minha mãe, que é terapeuta, contava os arcos narrativos da vida real de pessoas que chegavam com dificuldades ao consultório dela, e sempre foi muito cativante ver a transformação dessas pessoas. Por outro lado, meu pai, que praticou pesca submarina, trazia à mesa o mar e suas aventuras. Esse filme é o resultado disso e é gratificante conseguir pôr tudo isso na tela, com referências”, explicou Boccaletti, que mesmo tendo sua produção inserida nas mostras competitivas, garante que o melhor resultado é estar no Curta-Se.
Curta-Se 24
O Festival conta com patrocínio da Petrobras, Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet); apoio cultural do Cine Walmir Almeida, da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e do Governo do Estado de Sergipe, por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), e do Memorial de Sergipe Prof. Jouberto Uchôa; além do apoio institucional do Ibero Fest, Avanca Film Festival, VIII Congresso das Coalizões pela Diversidade Cultural e do Fórum dos Festivais.

