A companhia aérea Azul viu suas ações despencarem na Bolsa após anunciar oferta bilionária de ações preferenciais, parte da reestruturação de dívidas. Confira os detalhes na Imprensa 24h.
A Azul Linhas Aéreas, negociada sob o código AZUL4, enfrentou uma forte derrocada nesta quinta-feira (24), com queda de 24,84%, fechando o dia cotada a R$ 2,36. A queda acentuada ocorre após a companhia confirmar, na noite anterior, a emissão de 464.089.849 ações preferenciais ao preço unitário de R$ 3,58, totalizando R$ 1,66 bilhão arrecadados por meio de oferta pública de distribuição primária de ações.
A operação ainda contou com um acréscimo de 3% na quantidade inicialmente ofertada, somando mais 13.517.180 ações, destinadas a atender ao excesso de demanda identificado. As ações e os bônus de subscrição relacionados à oferta começarão a ser negociados na B3 a partir de 25 de abril de 2025, com liquidação financeira prevista para o dia 28. Já o crédito dos bônus de subscrição nas contas dos investidores ocorrerá em 29 de abril.
Segundo comunicado oficial da Azul à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também serão distribuídos 13.517.180 bônus de subscrição, sendo que 450.572.669 bônus, vinculados à equitização de dívidas, serão voluntariamente cancelados por seus titulares. O anúncio está inserido no plano de reestruturação da dívida da empresa, que visa reforçar a liquidez e melhorar sua estrutura de capital no médio e longo prazo.
Com a oferta homologada, o novo capital social da Azul passa a ser de R$ 7.131.859.384,34, agora dividido em 2.128.965.121 ações ordinárias e 896.039.753 ações preferenciais, todas nominativas e sem valor nominal.
Contudo, a repercussão no mercado foi negativa. De acordo com a Genial Investimentos, embora a emissão seja uma etapa importante na renegociação das dívidas da Azul, o volume de capital novo ficou abaixo do esperado, levantando dúvidas sobre a execução da fase final da reestruturação. “A maior parte dos recursos veio da equitização dos títulos com vencimento em 2029 e 2030, e ainda não foram captados os cerca de US$ 200 milhões adicionais previstos para garantir a equitização total dos bonds”, analisou a corretora.
A Azul reforça que a reestruturação contempla a obrigatória conversão parcial das notas de dívida em ações – ou American Depositary Receipts (ADRs) – emitidas pela companhia, conforme já informado anteriormente ao mercado. O processo contou com a coordenação dos bancos UBS BB, BTG Pactual e Citi, conforme consta no fato relevante divulgado à CVM.
Enquanto isso, o Ibovespa – principal índice da Bolsa brasileira – encerrou o dia em alta de 1,79%, a 134.580,43 pontos, registrando o maior patamar desde setembro de 2024, conforme informado em notícia do Valor Econômico.
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