O Setor Público Consolidado apresentou um cenário positivo em agosto de 2023, registrando um déficit primário de R$ 22,8 bilhões, marcando uma significativa melhora em relação ao déficit de R$ 30,3 bilhões observado no mesmo mês de 2022. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Banco Central (BC) e demonstram uma recuperação financeira no âmbito federal, estadual e municipal, além das empresas estatais, com exceção da Petrobras, Eletrobras e bancos.
Os dados revelam que em julho deste ano, o déficit já havia apresentado uma queda, chegando a R$ 35,8 bilhões, sinalizando uma tendência de reequilíbrio nas contas públicas.
Redução no Déficit Primário
No período de 12 meses encerrados em agosto de 2023, o Setor Público Consolidado registrou um déficit de R$ 73,1 bilhões, correspondendo a 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor representa uma redução de 0,08 ponto percentual em relação ao déficit acumulado até julho do mesmo ano.
De acordo com o comunicado do Banco Central, o governo central contribuiu com um déficit de R$ 26,2 bilhões, enquanto os governos regionais obtiveram um superávit de R$ 2,5 bilhões. As empresas estatais também apresentaram um superávit, atingindo a marca de R$ 866 milhões.
Crescimento nos Juros Nominais
Os juros nominais apropriados pelo Setor Público Consolidado totalizaram R$ 83,7 bilhões em agosto de 2023, um aumento significativo em comparação com os R$ 35,6 bilhões registrados no mesmo mês de 2022. Esse crescimento pode ser atribuído ao resultado das operações de swap cambial, que apresentaram um ganho de R$ 11,3 bilhões em agosto de 2022 e uma perda de R$ 10,5 bilhões no mesmo mês de 2023, bem como ao crescimento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No acumulado em 12 meses, os juros nominais atingiram a marca de R$ 689,4 bilhões, correspondendo a 6,60% do PIB, em agosto de 2023. Em comparação com os R$ 575,6 bilhões (6,03% do PIB) registrados nos 12 meses até agosto de 2022, observa-se um aumento significativo.
Déficit Nominal e Dívida Pública
O resultado nominal do Setor Público Consolidado, que engloba o déficit primário e os juros nominais apropriados, alcançou um déficit de R$ 106,6 bilhões em agosto. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 762,5 bilhões, representando 7,30% do PIB. Esse valor é 0,35 ponto percentual do PIB superior ao déficit acumulado até julho.
Quanto à dívida pública, ela atingiu 59,9% do PIB, totalizando R$ 6,3 trilhões em agosto de 2023. Esse aumento de 0,3 ponto percentual do PIB no mês se deve aos impactos dos juros nominais apropriados, ao déficit primário, à desvalorização cambial de 3,8% no período e ao efeito da variação do PIB nominal.
Fonte: Economia 24h