O aumento de ocorrências envolvendo armas de gel nas ruas do Grande Recife está causando preocupação entre moradores e autoridades. A brincadeira, que se popularizou nas últimas semanas, já resultou em 50 pessoas feridas, principalmente com lesões nos olhos, conforme relatado pela Fundação Altino Ventura, referência em oftalmologia.
Preocupações dos Moradores
Emerson Antônio da Silva, cuidador de idosos e residente no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife, expressou o incômodo causado pelas batalhas de armas de gel em seu bairro. Segundo ele, os confrontos ocorrem principalmente à noite, pegando de surpresa famílias e crianças que ainda estão nas ruas. “É terrível porque você está na frente da sua casa e, de repente, vem aquela confusão, aquele susto. Todo mundo aparecendo com aquelas armas na mão”, disse Emerson em entrevista à TV Globo.
Os disparos frequentes preocupam os moradores, que, muitas vezes, não conseguem distinguir as armas de brinquedo das reais, aumentando o medo. “Foi bolinha para tudo que é lado”, relatou Emerson sobre uma situação recente, em que crianças brincavam em uma praça quando as batalhas começaram.
Riscos à Saúde
A oftalmologista Camila Moraes, da Fundação Altino Ventura, alertou para os riscos severos à visão causados pelos disparos dessas armas. “Os pacientes estão apresentando dor ocular, inflamações e até sangramentos internos nos olhos, o que pode causar glaucoma ou perda de transparência da córnea”, afirmou Moraes.
Projeto de Lei em Andamento
Diante do aumento de acidentes e das 109 queixas recebidas pela Polícia Militar em apenas 10 dias, o deputado estadual Romero Albuquerque (União Brasil) propôs um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para proibir o comércio de armas de gel. O parlamentar justificou a proposta afirmando que o design dessas armas, que imita armas reais, está gerando confusão e aumentando o risco de violência.
Apesar de não haver uma legislação específica, a comercialização dessas armas já preocupa autoridades. O Exército Brasileiro, que regula armas de pressão como “airsoft” e “paintball”, afirmou que as armas de gel, por funcionarem com baterias, não são consideradas armas de pressão, criando uma lacuna regulatória que o projeto de lei pretende preencher.
A proposta visa proibir a venda e o uso dessas armas, buscando evitar a banalização da violência e proteger a segurança pública.
As batalhas com armas de gel no Grande Recife já deixaram 50 feridos e motivaram um projeto de lei para proibir sua comercialização. Saiba mais sobre os riscos e a proposta em andamento.
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