Cúpula do Brics no Rio de Janeiro antecipa debates da COP30 e discute financiamento climático, metas do Acordo de Paris e transição energética entre países em desenvolvimento.
Acúpula do Brics, que acontece esta semana no Rio de Janeiro, reúne 11 países — incluindo Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul — e deve funcionar como um ensaio estratégico para os debates globais que serão retomados em novembro, durante aCOP30, em Belém do Pará. O evento propõe reforçar a mobilização internacional por umfinanciamento climático justoe ações concretas contra os efeitos das mudanças climáticas.
Com a palavra-chave “Brics discute financiamento climático”, o Imprensa 24h destaca que o Brasil vem atuando como articulador de uma nova liderança global em sustentabilidade. A proposta brasileira é promover uma aliança baseada nasolidariedade entre os povos, priorizando medidas equitativas para reduzir emissões, preservar ecossistemas e impulsionar uma transição energética inclusiva.
Em maio, representantes dos países-membros do Brics aprovaram um documento que será analisado pelos chefes de Estado durante a reunião. Entre os principais pontos, estãoreformas em bancos multilaterais, ampliação de financiamento concessional — aquele com juros abaixo do mercado — e maior participação de capital privado. Segundo a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, o objetivo é construir um ambiente financeiro mais acessível e eficiente para ações ambientais em países em desenvolvimento.
Para o professorAntonio Jorge Ramalho da Rocha, da Universidade de Brasília (UnB), a declaração final dos Brics deve focar natransição energética verde, mas também abordar temas fundamentais comocombate à desertificação, proteção dos oceanos e redução da poluição por plásticos. Ele avalia que o grupo deve se posicionar em favor de uma governança global mais colaborativa, reforçando os princípios daAgenda 2030 da ONU.
A professoraMaureen Santos, coordenadora da Plataforma Socioambiental do Brics Policy Center, aponta que a reunião pode ser decisiva: “Se o Brics assumir compromissos concretos com uma transição justa, especialmente em financiamento climático, será um avanço simbólico e estratégico para a COP30”. Ela lembra que oAcordo de Paris, firmado em 2015 e próximo de completar uma década, passa por um momento de fragilidade institucional — agravado pela saída dos EUA durante o governo Trump, posteriormente revertida.
No mês passado, em Bonn (Alemanha), ocorreu uma reunião preparatória daConvenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Um dos principais pontos foi a dificuldade global em mobilizar osUS$ 1,3 trilhão necessários para o financiamento climático, exigência liderada pelos países do G77, com destaque para a China.
Apesar das discussões em curso, apenas28 dos quase 200 países signatários do Acordo de Parisentregaram suas revisões das chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). No Brics, somente oBrasil e os Emirados Árabesfizeram isso. Maureen acredita que um gesto coletivo do grupo — como o compromisso de entrega das NDCs — ajudaria arevitalizar o acordo climático global.
Outro desafio em pauta é o papel do petróleo na economia de vários países do Brics. Brasil, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes e Rússia ainda dependem fortemente doscombustíveis fósseis. Contudo, de acordo com documento conjunto dos ministros de Energia do grupo, divulgado em maio, há consenso sobre a necessidade de umatransição energética justa, ordenada e equitativa.
Como explica o professor Jorge da Rocha, a ideia é utilizar os recursos gerados pela exploração de petróleo e gás parafinanciar energias renováveis. Ainda assim, ele alerta que esse processo esbarra em obstáculos comosubsídios bilionários ao setor de combustíveis fósseise pressões de lobbies industriais. “A tendência, infelizmente, é que se adie uma vez mais esse processo”, afirma.
Com as atenções voltadas para a COP30, o Brasil busca posicionar o Brics como um ator-chave na luta contra a crise climática. Para oImprensa 24h, a reunião no Rio não apenas antecipa decisões, mas tambémrevela o papel geopolítico que o Brasil deseja assumir, impulsionando compromissos ambientais reais e garantindo que países do Sul Global tenham voz ativa nas soluções para o planeta.
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