Ceará enfrenta julgamento no STJD por gritos homofóbicos de sua torcida contra o Confiança na Copa do Brasil, com possível multa e punições severas.
O Ceará será julgado nesta quarta-feira (30) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido aos gritos homofóbicos entoados por parte da sua torcida durante a partida contra o Confiança, realizada em 12 de março, na Arena Castelão, válida pela segunda fase da Copa do Brasil. Conforme registrado na súmula do árbitro Davi de Oliveira Lacerda, do Espírito Santo, o jogo foi paralisado aos 48 minutos do segundo tempo após os cânticos “goleiro viado, goleiro viado” serem ouvidos nas arquibancadas.
Imediatamente após a paralisação, o sistema de som do estádio alertou que manifestações discriminatórias são proibidas, conforme previsto no protocolo da CBF, e o jogo foi retomado. O quarto árbitro Rodrigues Júnior também comunicou o técnico Léo Condé sobre o motivo da interrupção.
De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e o Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF, o clube pode ser punido com multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, suspensão de jogos ou até exclusão da competição. O episódio, já registrado na súmula, gerou a abertura do processo disciplinar contra o Ceará no STJD.
Em nota oficial, o clube reafirmou seu compromisso contra qualquer tipo de manifestação discriminatória, lamentou o ocorrido e destacou as medidas adotadas imediatamente após o incidente, como avisos sonoros e visuais à torcida. O Ceará ressaltou ainda que realiza ações educativas anuais junto às torcidas organizadas para combater esse tipo de comportamento.
Vale lembrar que não é a primeira vez que o Ceará enfrenta punições por atitudes semelhantes. Em 2023, o clube foi multado em R$ 40 mil por gritos homofóbicos durante uma partida contra o Vila Nova, pela Série B, ocasião em que também adotou medidas de conscientização.
Conforme relato oficial na súmula: “Informo que aos 48 minutos do segundo tempo, o jogo foi interrompido em decorrência de parte da torcida mandante proferir cantos homofóbicos contra o goleiro da equipe a. d. Confiança, como: ‘goleiro viado, goleiro viado…’. Logo após, o sistema de som do estádio informou que não são permitidos cantos homofóbicos”, declarou o árbitro Davi de Oliveira Lacerda.
O Ceará reforça em seu posicionamento que é um time plural, que repudia qualquer manifestação de intolerância e acredita que o esporte deve ser uma oportunidade de lazer e inclusão para todos. O clube segue empenhado em garantir que seus estádios sejam espaços de respeito e bem-estar para todos os torcedores.