Por conta própria, em desacordo com Marcio Macedo e sem consulta às bases do partido, o senador Rogério Carvalho foi a público na semana passada apresentar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República como candidato do PT a prefeito de Aracaju.
Essa atitude, embora aponte num primeiro momento para as eleições municipais do próximo ano, mira, na verdade, o pleito majoritário de 2026, no qual o senador pretende disputar a reeleição e teme ter o nome substituído pelo de Márcio no âmbito da cúpula do partido.
Diante dessa possibilidade real, dado o alinhamento entre Marcio e o presidente Lula, Rogério “armou uma arapuca” visando afastar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência do horizonte eleitoral de 26, lançando-o candidato às eleições de 24.
Atento ao lance um tanto sorrateiro do correligionário, Márcio ignorou a manifestação de apoio e fez chegar à imprensa a informação de que dispensa tal patrocínio a seu nome para a disputa pela prefeitura da capital, o que torna nítida a disparidade entre os planos do ministro e do senador para as próximas eleições.
E é nesse contexto que se insere uma mal-ajambrada “resolução” do diretório estadual do PT, cujo texto, no afã de criticar a proximidade de Marcio aos governistas locais, afirma, dentre outros pontos, que o partido será contra a reestruturação do plano de saúde dos servidores públicos do Estado, projeto aprovado na Alese com voto favorável do petista Chico do Correio.
Sobre essa mesma “resolução”, Eliane Aquino, um dos nomes mais proeminentes do PT em Sergipe e atual Secretária Nacional de Combate à Fome, responsável pela gestão do Programa Bolsa Família, disse desconhecer o texto apresentado em nome do diretório, o que reforça o caráter unilateral da iniciativa, creditada no meio político ao entorno de Rogério.
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