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Condenação dos Assassinos de Marielle Franco

Condenação dos Assassinos de Marielle Franco

Forró Caju 2025

Após mais de seis anos de uma longa espera por justiça, o julgamento dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes chega ao fim. O ex-policial militar Ronnie Lessa, identificado como o autor dos disparos, foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto seu cúmplice, Élcio Queiroz, responsável por dirigir o carro, recebeu uma sentença de 59 anos e 8 meses. A decisão foi lida pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (30), e trouxe uma mistura de alívio e dor aos familiares e amigos das vítimas, que esperaram ansiosos por este desfecho.

 “A Justiça chega”

A juíza Lúcia Glioche, responsável pelo caso, enfatizou que, apesar de demorada, a justiça finalmente foi feita. “A Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas ela chega. A Justiça chega para aqueles que como os acusados acham que jamais serão atingidos pela Justiça”, disse durante a leitura da sentença.

No tribunal, o clima era de profunda comoção. Mônica Benício, viúva de Marielle, e Anielle Franco, irmã da vereadora, estavam entre os presentes e se emocionaram visivelmente, abraçando-se enquanto as sentenças eram lidas. Mônica resumiu o sentimento em uma frase: “É a Justiça sendo feita”.

As Penas e o Impacto da Delação Premiada

Embora a condenação tenha sido severa, os réus fizeram um acordo de delação premiada, o que permitirá a ambos uma significativa redução no tempo total de prisão. Élcio Queiroz, condenado a 59 anos, deve cumprir um máximo de 12 anos em regime fechado, enquanto Ronnie Lessa, com a pena de 78 anos, deve cumprir até 18 anos de reclusão antes de progredir para o regime semiaberto. Ambos já estavam presos desde março de 2019, o que diminui o tempo de reclusão efetiva.

Além das penas de prisão, os dois terão que arcar com uma indenização de R$ 3,5 milhões, a serem divididos entre as famílias de Marielle e Anderson, incluindo pensão para o filho de Anderson até ele completar 24 anos.

Recordando o Caso

O crime ocorreu em 14 de março de 2018, quando Marielle Franco e Anderson Gomes foram brutalmente assassinados no centro do Rio de Janeiro. O atentado foi meticulosamente planejado: os assassinos seguiram Marielle por mais de quatro quilômetros até dispararem contra o veículo onde estavam as vítimas. A única sobrevivente foi Fernanda Chaves, assessora de Marielle, que também prestou depoimento no julgamento, detalhando a brutalidade do ataque.

Mandantes Ainda Serão Julgados pelo STF

Com a condenação dos executores, a atenção agora se volta para o julgamento dos supostos mandantes do crime, que será conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os acusados estão os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além de outras figuras suspeitas de envolvimento. A decisão de transferir o caso para o STF se deu em virtude do foro privilegiado de Chiquinho Brazão, que é deputado federal.

Esperança e Perseverança

Embora a condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz represente um marco importante para a justiça e a luta contra a impunidade, os familiares e amigos de Marielle e Anderson continuam a buscar respostas sobre os mandantes do crime. Para Anielle Franco, irmã de Marielle e atual Ministra da Igualdade Racial, a luta por justiça vai além das condenações e busca garantir que esse tipo de crime nunca mais se repita.