Relatório entregue ao ministro Flávio Dino aponta envolvimento do ex-jogador em esquema que deixou investidores no prejuízo
O tão aguardado relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, realizada na Câmara dos Deputados, foi entregue hoje ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB/MA). O documento contém recomendações para o indiciamento de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, por suposto envolvimento em um esquema de estelionato relacionado à comercialização de criptomoedas. A investigação apontou que milhares de investidores foram prejudicados pela empresa 18K Ronaldinho, que prometia rendimentos diários de 2% e ganhos de até 400% por mês.
O relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD/SP), afirmou que a decisão de indiciar Ronaldinho Gaúcho não foi fácil, dado o prestígio do ex-jogador no mundo do futebol. “Não é nada fácil para nós, deputados, fazer o indiciamento de uma pessoa tão querida e famosa em campo como o Ronaldinho Gaúcho. Mas nós nos deparamos com uma situação de milhares de pessoas lesadas por um esquema criminoso que ele fez propaganda. Mais do que isso, além de fazer propaganda, o Ronaldinho Gaúcho era anunciado pela 18K Ronaldinho como sócio-fundador dessa empresa toda,” declarou o deputado.
Ronaldinho Gaúcho prestou depoimento à comissão no final de agosto, negando veementemente ser sócio da empresa em questão. Ele alegou que sua imagem foi usada indevidamente e que o contrato assinado por ele previa apenas a cessão de direitos de imagens para a comercialização de relógios.
A empresa 18K Ronaldinho, alvo da investigação, prometia lucros substanciais aos investidores, por meio de um sistema de pirâmide, com rendimentos diários de 2%. No entanto, as contas dos investidores foram abruptamente fechadas, deixando um grande número de pessoas no prejuízo.
Após a entrega do relatório, o ministro Flávio Dino evitou estabelecer prazos para a adoção de medidas concretas com base nas recomendações da CPI. No entanto, ele garantiu que os 45 pedidos de indiciamento serão encaminhados ainda nesta terça-feira para análise da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A presença de Ronaldinho Gaúcho para prestar esclarecimentos à CPI das Pirâmides Financeiras foi marcada por indefinições. Inicialmente, ele não respondeu às convocações da comissão, resultando em uma condução coercitiva. Somente após essa ação, o ex-jogador se colocou à disposição da comissão. Durante seu depoimento, além de negar qualquer relação com a empresa investigada, Ronaldinho manteve silêncio diante de muitos dos questionamentos dos deputados.
Reprodução autorizada mediante a divulgação da Fonte:https://imprensa24h.com.br


