Parceria entre a Funcap e a UFS, mostra destaca a resiliência dos artistas sergipanos durante a pandemia
Em uma recente parceria entre a Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), será inaugurada no dia 5 de outubro, às 19 horas, a exposição coletiva ‘Travessia’. O evento será realizado no Centro de Cultura e Arte (Cultart), localizado na avenida Ivo do Prado, no bairro São José, em Aracaju. A mostra reunirá obras de cinco renomados artistas sergipanos contemplados nos editais da Lei Aldir Blanc: Anisia Prado, Elias Santos, Hortência Barreto, Márcia Guimarães e Márcio Dantas. A solenidade de abertura contará com a participação artística da Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse).
“A iniciativa de realizar uma exposição dos mais de 700 quadros produzidos durante a pandemia tem como objetivo não apenas revisitar um momento histórico, mas também ampliar o acesso da população ao valioso conteúdo cultural desenvolvido por artistas visuais de Sergipe”, disse a presidente da Funcap, Antônia Amorosa. Com curadoria de Jane Junqueira, a mostra será apresentada gradualmente, ocupando o corredor do Cultart com mais de 700 obras produzidas com recursos da Lei Aldir Blanc. Segundo a curadora, a exposição representa uma travessia por meio da pandemia, a qual afetou não apenas os artistas, mas toda a sociedade.
“Essa retrospectiva visa também destacar a potencialidade dos artistas sergipanos, protagonistas das artes visuais e a forma como eles produziram durante esse período tão difícil da pandemia, possibilitando que eles fossem salvos, e ao mesmo tempo nos salvassem por meio do olhar reflexivo de suas obras”, conta Jane Junqueira.
De acordo com o artista Márcio Dantas, o incentivo do poder público aos artistas é fundamental. “Por meio do apoio da Lei Aldir Blanc, os artistas receberam suporte e estímulo para produzir e amenizar a difícil travessia do período de isolamento social durante a pandemia”, considerou.
Assim como ele, a artista Hortência Barreto reconhece a importância da legislação. “O silêncio profundo, o isolamento individual e a dor coletiva nos levaram a um mergulho em nossa subjetividade, proporcionando uma avalanche de expressões e percepções éticas, estéticas e conceituais sobre objetos cotidianos que eu já vinha explorando. Recriei esse mundo e a mim mesma. No entanto, a materialidade e a produção se aprofundaram graças ao edital da Lei Aldir Blanc, que disponibilizou o orçamento necessário para esse trabalho”, comentou.
Lei Aldir Blanc
A Aldir Blanc, estabelecida em junho de 2020, por meio da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal, destinou recursos aos estados como forma de apoiar artistas, coletivos e empresas culturais durante a pandemia, por meio de editais. Em Sergipe, a Lei beneficiou 2.258 artistas de diversas linguagens e formas de expressão.