A Prefeitura de Aracaju participou nesta terça-feira, 25, de um evento significativo e marcante para a luta pelos direitos das mulheres negras: o I Seminário Beatriz Nascimento. Promovido pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, o seminário ocorreu em alusão ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e ao Dia Internacional da Mulher Negra e Latino-Americana. A Gerência de Igualdade Racial, da Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria da Assistência Social, representou o município no evento.
O seminário, que homenageia Beatriz Nascimento, importante ativista negra nascida em Aracaju e reconhecida por sua luta pela igualdade de direitos no Rio de Janeiro, reuniu representantes do poder público, ativistas, especialistas e membros da sociedade civil para debater temas cruciais relacionados ao racismo estrutural e religioso, letramento racial, invisibilidade negra e a construção e desconstrução do imaginário racista.
A Gerente de Igualdade Racial da Assistência Social de Aracaju, Thatiana Meneses, ressaltou a importância de manter um debate contínuo sobre a igualdade de direitos para mulheres negras, considerando-os símbolos de resistência diante das opressões enfrentadas no cotidiano. O evento contou com a participação de funcionários do serviço público, que são peças-chave na desconstrução dos estereótipos arraigados na sociedade em relação às pessoas negras. Segundo Thatiana Meneses, a maioria dos usuários e usuárias de todos os serviços públicos do estado de Sergipe são pessoas negras, tornando esse diálogo ainda mais relevante.
O I Seminário Beatriz Nascimento também buscou honrar a ancestralidade das mulheres negras, reconhecendo figuras importantes como “as merendeiras, rezadeiras e empregadas domésticas”, que foram as primeiras referências de pessoas negras para muitos indivíduos. Essas mulheres, frequentemente silenciadas ao longo da história, tiveram um papel fundamental na construção da identidade das gerações seguintes, e é essencial que sejam reverenciadas e lembradas por suas contribuições.
Sobre a origem da data, o Dia Internacional da Mulher Negra e Latino-americana foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo, República Dominicana, em 1992. No Brasil, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra foi sancionado em 2014, para celebrar a história de Tereza de Benguela, a rainha do Quilombo Quariterê, no Mato Grosso, que liderou a luta e resistência contra o governo escravista por cerca de 20 anos.
O I Seminário Beatriz Nascimento foi um evento de grande relevância para a cidade de Aracaju e para a luta por igualdade e reconhecimento dos direitos das mulheres negras. A participação da Prefeitura de Aracaju e de diversas entidades mostra o compromisso em promover ações que visam combater o racismo e garantir a representatividade e visibilidade das mulheres negras na sociedade.