Ibovespa sobe 0,50% no primeiro pregão do segundo semestre de 2025, enquanto governo Lula aciona o STF para retomar o decreto do IOF e promete evitar crise fiscal.
O Ibovespa iniciou o segundo semestre de 2025 com alta de 0,50%, alcançando os 139.549,43 pontos nesta segunda-feira (1º), em mais um dia de ganhos que reflete o otimismo parcial do mercado financeiro. Após fechar o primeiro semestre com valorização acumulada de mais de 16%, o principal índice da B3 continua sua trajetória positiva mesmo diante de incertezas fiscais e políticas no Brasil e no cenário internacional.
A palavra-chave “Ibovespa” marca o tom desta segunda-feira agitada, que também foi de avanço para ações como Vale (VALE3), com alta de 1,35%, e Embraer (EMBR3), que disparou 4,42% após novos pedidos da companhia aérea SAS. Já a Petrobras (PETR4) valorizou 0,35%, impulsionada pelo aumento do preço do petróleo nas principais referências internacionais.
No câmbio, o dólar comercial subiu 0,51%, encerrando o dia cotado a R$ 5,461. Apesar da leve valorização da moeda norte-americana, o mercado segue atento aos próximos indicadores econômicos, como a produção industrial de maio no Brasil, que será divulgada nesta terça-feira, segundo o site oficial do IBGE.
Governo Lula aciona o STF sobre o IOF
Um dos principais destaques do dia foi a decisão do governo federal de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a anulação do decreto que alterava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida havia sido derrubada pelo Congresso Nacional, o que gerou tensão entre os poderes. Em defesa do ato, a Advocacia-Geral da União (AGU) classificou a ação como uma medida em favor da institucionalidade da Presidência da República.
Mesmo com a justificativa oficial, a reação no meio político foi dura. O líder da oposição declarou que o “governo declarou guerra ao Congresso”. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram que o objetivo é alcançar uma “tributação mais justa”.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, também reafirmou o compromisso da equipe econômica em evitar uma crise fiscal, declarando que o governo não permitirá o descontrole das contas públicas, conforme noticiado pela Agência Brasil.
Panorama internacional: Trump vence no Senado e Europa recua
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump obteve uma apertada vitória no Senado com a aprovação de um novo pacote trilionário. A decisão teve como voto decisivo o do vice-presidente JD Vance, que preside a casa. Apesar disso, os mercados americanos fecharam o dia de forma mista, refletindo a cautela dos investidores.
Na Europa, as bolsas registraram quedas, com atenção voltada às negociações comerciais com os EUA. Por outro lado, a inflação na zona do euro atingiu a meta estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), o que pode abrir caminho para ajustes nas taxas de juros nos próximos meses.
Em evento realizado em Sintra, Portugal, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sugeriu que o corte das taxas pode ocorrer ainda este ano, desde que a questão das tarifas não se agrave.
Ações em destaque e mudanças corporativas
Além dos papéis da Vale e da Embraer, outras ações também movimentaram o pregão. Os bancos tiveram desempenho misto: Bradesco (BBDC4) subiu 0,62%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,81%. Já a BB Seguridade (BBSE3) avançou 1,76% após anunciar distribuição de mais de R$ 3 bilhões em dividendos.
Outro destaque foi a Natura (NTCO3), que encerrou o dia em queda de 2,26% e negociou pela última vez com esse código. A partir desta terça-feira, a ação passará a ser identificada como NATU3, após reestruturação que envolve a separação da Avon Internacional.
No setor siderúrgico, a CSN (CSNA3) tem prazo de 60 dias para apresentar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um plano de venda das ações que detém na Usiminas (USIM5). Ambas encerraram o dia em direções opostas: CSN subiu 0,94%, enquanto Usiminas caiu 0,49%.
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