Nesta terça-feira, 25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, considerado uma prévia da inflação oficial do país. De acordo com o relatório, o IPCA-15 apresentou uma retração de 0,07% no mês em questão, representando uma queda de 0,11 ponto percentual em relação à taxa registrada em junho, que foi de 0,04%.
Os números revelam que, no acumulado do ano, o IPCA-15 apresentou alta de 3,09%, enquanto nos últimos 12 meses, a inflação atingiu 3,19%. É importante notar que o valor ficou abaixo dos 3,40% registrados nos 12 meses anteriores a esse período de análise. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, julho de 2022, houve uma diminuição significativa, visto que a taxa foi de 0,13%.
O resultado do IPCA-15 de julho está em linha com a meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
A queda registrada no IPCA-15 de julho foi influenciada principalmente pelos recuos nos setores de habitação e alimentação e bebidas. No grupo de Habitação, destaca-se a queda de 0,94%, impulsionada pela redução dos preços da energia elétrica residencial, devido à incorporação do Bônus de Itaipu, que foi creditado nas faturas emitidas no mês de julho. Além disso, houve uma retração nos preços do gás de botijão, que caíram 2,10%.
Já no grupo Alimentação e bebidas, os preços apresentaram uma deflação, destacando-se as quedas nos valores do feijão-carioca (-10,20%), óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e das carnes (-2,42%). Por outro lado, a batata-inglesa teve uma alta expressiva de 10,25%, seguida pelo alho com aumento de 3,74%. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, acelerou devido à alta mais intensa no preço dos lanches.
Outros setores que registraram queda nos preços foram os artigos de residência (-0,40%) e a Comunicação (-0,17%). Em contrapartida, o segmento de transportes apresentou a maior variação positiva, com 0,63%, sendo impulsionado pelo aumento nos preços da gasolina. Os demais grupos ficaram entre 0,04% de Vestuário e 0,38% de Despesas pessoais.
Mestre em Economia Política e consultor do Remessa Online, André Galhardo, destaca que o IPCA-15 de julho atingiu o nível mais baixo de inflação desde setembro de 2020. Ele ressalta que o índice de difusão caiu para 48%, o menor patamar desde junho de 2020. Apesar do cenário positivo da inflação doméstica, Galhardo alerta que a defasagem dos preços do diesel e da gasolina no mercado brasileiro em relação aos preços internacionais pode levar a Petrobras a realizar ajustes altistas nos combustíveis, o que poderia provocar repiques no IPCA no futuro.
O IPCA-15 é calculado com a mesma metodologia do IPCA, mas sua diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica, que é menor do que a do IPCA.
Com essas informações, o Brasil mantém-se atento ao comportamento da inflação, que pode impactar diversos setores da economia e o poder de compra da população nos próximos meses. O cenário atual traz um alívio para os consumidores, mas a evolução dos preços dos combustíveis ainda é uma incógnita que requer atenção e análise por parte dos especialistas econômicos.