Durante a sessão plenária desta quinta-feira, 10, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a deputada estadual Kitty Lima (Cidadania) fez um discurso incisivo contra a gestão municipal de Aracaju, cobrando medidas urgentes no controle populacional de cães e gatos e no enfrentamento da esporotricose – doença infecciosa que afeta animais e humanos.
Segundo a parlamentar, sete meses após o início da nova gestão municipal, a causa animal continua sendo negligenciada. “A causa animal — mais uma vez — está sendo empurrada para o fim da fila. A situação exige urgência e firmeza”, declarou Kitty.
A deputada relatou que recebeu uma enxurrada de denúncias de protetores e cidadãos que não conseguem acesso ao serviço de castração oferecido pela Prefeitura de Aracaju. “Não consegue agendar, não tem retorno, não sabe onde buscar. Quem precisa do serviço não está conseguindo acesso”, afirmou.
Kitty Lima também denunciou que a Diretoria de Proteção Animal do Estado (DIPROAN) está sendo sobrecarregada com demandas que deveriam ser resolvidas pela gestão municipal. Por isso, ela cobrou respostas da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMA) e do programa Aju Animal:
Quantas castrações foram realizadas em 2024?
Qual é a capacidade atual do programa Aju Animal?
O que está sendo feito para dar conta da demanda?
Crise também na saúde
A deputada ainda destacou o agravamento da esporotricose felina em Aracaju. Segundo ela, mesmo após reunião com a Secretaria Municipal de Saúde há dois meses, nenhuma medida concreta foi tomada. “A resposta prática da gestão foi uma postagem rasa nas redes sociais, sem telefone de contato, sem instrução sobre atendimento. Isso é inadmissível”, criticou.
Kitty apresentou o caso de uma cidadã que buscou ajuda para um gato com suspeita da doença. O retorno do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) teria sido: “O CCZ não resgata. Só atendemos se trouxerem o animal. E mesmo assim, não há atendimento de urgência. Nem garantia de medicação.”
Projeto de Lei
Em resposta à omissão, Kitty protocolou o Projeto de Lei nº 155/2025, que propõe tornar obrigatória a notificação de casos de esporotricose animal em todo o estado de Sergipe. “É assim que se combate uma emergência sanitária: com seriedade, com ação, com responsabilidade”, disse.
Ela aproveitou para elogiar a atuação do município de Nossa Senhora do Socorro, que, segundo a deputada, acolhe e trata animais com esporotricose por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ). “Socorro faz o que Aracaju se recusa a fazer”, destacou.
Cobrança direta
Por fim, a deputada fez um apelo direto às autoridades:
Que a SEMA e o programa Aju Animal apresentem dados e metas de castração;
Que a Secretaria de Saúde apresente um plano de combate à esporotricose;
Que Aracaju e os demais municípios sergipanos assumam suas responsabilidades com a causa animal.
“O poder público se cala, e enquanto isso, a doença avança. O abandono aumenta. A dor se espalha. Eu sigo fiscalizando, propondo e cobrando. A omissão custa caro. A omissão custa vidas”, finalizou.
Fonte: Assessoria
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