Lula critica avanço da direita e defende justiça social em conferência internacional do trabalho

Durante a Conferência Internacional do Trabalho em Genebra, Suíça, nesta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao avanço da direita no cenário global. Convidado para discutir uma coalizão global pela justiça social, Lula aproveitou parte de seu discurso para atacar o liberalismo e defender bandeiras progressistas e um Estado mais ativo na economia.

Lula destacou que o “extremismo político” ataca diretamente minorias, silenciando-as e negligenciando os mais vulneráveis. “O extremismo político ataca e silencia minorias, negligencia os mais vulneráveis e vende muita ilusão. A negação da política deixa um vácuo a ser preenchido por aventureiros que espalham mentiras e ódio”, afirmou o presidente.

Críticas ao Governo Anterior e ao Mercado

Lula também fez menções à negação da política e aos “aventureiros”, referindo-se implicitamente ao governo anterior de Jair Bolsonaro (PL). Ele criticou a administração anterior por violações das normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e destacou a necessidade de recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento. “A bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares progressistas e democráticos”, ressaltou.

O presidente também atacou a “mão invisível do mercado”, afirmando que ela agrava a desigualdade ao não melhorar os salários dos trabalhadores, mesmo com o aumento da produção. “Não se pode discutir economia e finanças sem discutir emprego e renda. Precisamos de uma nova globalização de face humana, de justiça social e luta contra desigualdades, que são prioridade da presidência do Brasil no G20”, pontuou Lula.

Propostas para Reduzir Desigualdades

Lula defendeu a taxação dos super ricos como uma medida necessária para reduzir a desigualdade no mundo. Ele citou que cerca de três mil pessoas detêm quase US$ 15 trilhões, uma soma equivalente ao PIB combinado de Japão, Alemanha, Índia e Reino Unido. Em uma crítica velada ao empresário Elon Musk, Lula destacou a concentração absurda de riqueza que leva alguns bilionários a buscarem a exploração espacial. “A concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem os seus próprios programas espaciais, certamente, tentando encontrar um planeta melhor do que a Terra para não ficar no meio dos trabalhadores que são responsáveis pela riqueza deles”, disse.

Reformas e Futuro Sustentável

Ainda durante o discurso, Lula defendeu a reforma das instituições multilaterais do mundo para eliminar os assentos permanentes dos países mais industrializados no conselho da OIT e da ONU. Ele destacou os esforços do governo brasileiro para liderar a transição energética e enfrentar as mudanças climáticas, reforçando a intenção de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e preservar a floresta com geração de riquezas através da industrialização verde e de energias renováveis.