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Lula determina reserva de 30% das vagas em cargos de confiança para pessoas negras

Lula determina reserva de 30% das vagas em cargos de confiança para pessoas negras

Lula determina reserva de 30% das vagas em cargos de confiança para pessoas negras
Forró Caju 2025

Medida foi anunciada pelo presidente Lula dentro de um pacote de ações voltadas para ampliar políticas de igualdade racial e combate ao racismo

A decisão de destinar um mínimo de 30% dos cargos em comissão e funções de confiança da administração federal a pessoas negras é apenas uma das muitas medidas anunciadas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (21\03), para ampliar políticas públicas de igualdade racial e combate ao racismo.
No marco da celebração do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial e 20 anos depois de colocar a questão no centro das políticas públicas com a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (em 2003), Lula assinou um conjunto de seis decretos que convergem para fortalecer ações de inclusão e combate ao racismo em diferentes frentes.
Um deles cria a reserva de vagas para negros na administração pública federal e estabelece a data de 31 de dezembro de 2025como prazo para que a Administração Pública alcance os percentuais. O preenchimento de vagas deve obedecer a paridade de gênero, com oportunidades iguais para homens e mulheres.
O conceito do decreto é incentivar a presença de pessoas negras nos espaços decisórios e de liderança, considerando seu papel na formulação e implantação de políticas públicas voltadas para todos os segmentos. Pelo texto da norma, consideram-se pessoas negras as que se autodeclaram pretas e pardas.
“Chega de limitar os papéis na sociedade que a população afrodescendente pode ou não ocupar. Vocês podem ser o que quiserem, como quiserem e onde quiserem. Cabe ao Estado garantir oportunidades iguais para todos e todas”, disse o presidente Lula.
AQUILOMBA – Outro decreto assinado pelo presidente cria o Aquilomba Brasil, conjunto de medidas intersetoriais voltadas para a promoção de direitos da população quilombola, com ênfase nos eixos temáticos de acesso a terra e território, infraestrutura e qualidade de vida, inclusão produtiva, etnodesenvolvimento local e direito à cidadania.
“A promoção de direitos para as comunidades quilombolas no Brasil é um ato de reparação à enorme dívida histórica que o Estado tem com essas populações”, disse a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que anunciou as medidas e o projeto de criar uma agenda nacional de titulação de terras quilombolas, em parceria com o Incra.

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula entregou titulação de terra a representantes das comunidades quilombolas Brejo dos Crioulos, de Minas Gerais, Lagoa dos campinhos e Serra da Guia, ambas em Sergipe.
ABERTO AO DIÁLOGO – O presidente enfatizou que o combate ao racismo não é tarefa apenas do Ministério da Promoção da Igualdade Racial, mas de toda a Esplanada dos Ministérios e de toda a sociedade. “Este é um governo aberto ao diálogo com a sociedade civil, com o movimento negro e com os movimentos de direitos humanos. Reconstruir este país e criar políticas públicas cada vez mais inclusivas é uma tarefa coletiva”.
Lula afirmou que, com as ações de desta terça, o governo volta a responder concretamente a bandeiras históricas do movimento negro. Segundo ele, quanto maior a presença de pessoas negras nos espaços políticos, mais forte é o enfrentamento do racismo no país. “Combatendo o racismo, combatemos as raízes históricas da desigualdade e a própria desigualdade neste país”, declarou, destacando também que o Brasil ainda não acertou as contas com o passado de 350 anos de escravidão e tem uma dívida histórica a resgatar.
“Esta é a hora de virarmos definitivamente a chave da discriminação, do preconceito e da exclusão. O povo negro não será tratado por este governo apenas como “público beneficiário” de políticas sociais, mas como protagonista da sua própria história”, enfatizou o presidente.

INCLUSÃO E PERMANÊNCIA – A ministra da Igualdade Racial detalhou o Aquilomba Brasil, que chegará a um milhão de pessoas. Segundo ela, há o projeto de criar condições para inclusão e permanência de jovens quilombolas no ensino superior, de reconhecimento da medicina tradicional quilombola e de ampliação de unidades de saúde que atendem comunidades isoladas, além de levar o Luz para Todos para comunidades que ainda não têm energia elétrica e criar moradias dignas nas comunidades quilombolas.

 

Os demais decretos assinados por Lula criam grupos de trabalho. Um para discutir o novo Programa Nacional de Ações Afirmativas do Governo Federal, outro para debater o Plano Juventude Negra Viva, o penúltimo cria o grupo de trabalho do Cais do Valongo e um grupo vai para definir medidas de enfrentamento ao racismo religioso.
“Eu entendo que é fundamental a oportunidade não só de reconstruir políticas destruídas nos últimos anos, mas de avançar no sentido de ampliar ações afirmativas para garantir uma sociedade efetivamente justa. A sociedade brasileira não pode ser compreendida sem a dimensão da desigualdade que precisa ser combatida e superada”, disse Giselle dos Anjos Santos, historiadora, pesquisadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, e presente ao evento no Palácio do Planalto.

Imprensa 24h

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