Teve início na última segunda-feira, 18 de setembro, mais uma edição da Operação Mata Atlântica em Pé, uma ação nacional que visa combater o desmatamento e promover a recuperação de áreas degradadas no bioma da Mata Atlântica, um dos mais importantes do Brasil em termos de biodiversidade e preservação ambiental. Coordenada nacionalmente pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), a operação mobiliza equipes de fiscalização simultaneamente em 17 Estados do Brasil que possuem cobertura desse ecossistema.
Ação conjunta em Sergipe
No Estado de Sergipe, a Operação Mata Atlântica em Pé é resultado de uma atuação conjunta do Ministério Público de Sergipe, por meio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, do Pelotão Ambiental da Polícia Militar, da Administração Estadual de Meio Ambiente de Sergipe (Adema) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Essa colaboração entre diferentes órgãos demonstra o compromisso do Estado em preservar o meio ambiente e combater atividades ilegais que prejudicam a Mata Atlântica.
Monitoramento e fiscalização
Durante os dias de operação, as equipes dos órgãos ambientais visitam áreas previamente identificadas como suspeitas de degradação. A localização dessas áreas é realizada principalmente através do uso da tecnologia do Projeto MapBiomas, uma ferramenta que possibilita a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para monitorar desmatamentos. Quando são detectados ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem enfrentar processos judiciais nas esferas cível e criminal, além de estarem sujeitos a sanções administrativas relacionadas ao registro de propriedades rurais. Em 2022, a Operação Mata Atlântica em Pé identificou 11,9 mil hectares de vegetação suprimida ilegalmente em todo o país, resultando em multas que totalizaram R$ 52,4 milhões.
Desmatamento em Sergipe
Em 2022, a Operação Nacional “Mata Atlântica em Pé” identificou desmatamento nos biomas Caatinga e Mata Atlântica em Sergipe, totalizando uma área equivalente a 186,78 hectares. Durante a operação, foram emitidos autos de notificação e de infração, resultando em uma multa de aproximadamente R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Esses números destacam a importância das ações de fiscalização na proteção desse bioma sensível e ameaçado.
Dados nacionais alarmantes
Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – cuja última atualização é de maio de 2023 – revelam uma perda de 20.075 hectares de florestas nativas no período de 2021-2022. Embora isso represente uma redução de 7% em relação ao período anterior (2020-2021), a área desmatada é a segunda maior registrada nos últimos seis anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, que foi de 11.399 hectares entre 2017 e 2018.
Historicamente, os Estados com os maiores índices de desmatamento são Minas Gerais, Bahia e Paraná. Surpreendentemente, apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% aconteceram em propriedades privadas. Isso reforça a ideia de que as florestas vêm sendo destruídas principalmente para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas. Além disso, a especulação imobiliária, especialmente nas proximidades das grandes cidades e no litoral, é outra das causas principais desse preocupante cenário.
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