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Maternidade Lourdes Nogueira realiza ações em alusão ao Agosto Dourado

Maternidade Lourdes Nogueira realiza ações em alusão ao Agosto Dourado

Não existe nenhum outro alimento que chegue perto da qualidade nutricional do leite humano. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a lista de benefícios é extensa, tanto para os bebês, como para as pessoas que amamentam. Por isso, o mês do aleitamento humano carrega a cor dourada como símbolo do padrão ouro deste alimento. Na Maternidade Municipal Lourdes Nogueira (MMLN), ações de incentivo – que já ocorrem de forma rotineira – estão sendo intensificadas durante o mês da Campanha Mundial do Agosto Dourado.
A partir de um olhar e tratamento humanizados, a maternidade direciona aos seus pacientes as  principais informações acerca da amamentação, desde a importância aos benefícios, além da quebra de mitos e crenças que acabam, muitas vezes, acarretando em um desmame precoce. Esse trabalho é realizado através do Posto de Coleta de Leite Humano que, além de coletar, também efetua uma orientação especializada de amamentação aos seus pacientes. A enfermeira e coordenadora do Posto de Coleta, Mariana Cavalcanti, reforça os principais pontos de destaque do aleitamento humano.
“Nunca se conseguiu fazer um alimento que chegue perto do que é o leite humano, pois somente ele possui propriedades imunobiológicas, que chamamos de vacinas, que ajudam no desenvolvimento da imunidade dos bebês. Por isso é super importante para o desenvolvimento inicial da imunidade dos bebês, além de ser o único alimento que consegue modificar geneticamente o bebê. Ele tem uma função de epigenética capaz de reduzir o risco de obesidade, reduzir o risco de câncer de mama e câncer de ovário da pessoa que está amamentando, reduzir o risco de depressão, e tem estudos que relacionam com aumento de QI da criança”, ressalta a enfermeira.
A amamentação é considerada como um dos momentos mais desafiadores para uma pessoa que gesta. Poder contar com um auxílio de profissionais para encarar esse período, que vai desde o nascimento e se estende por, no mínimo, seis meses, deve ser fundamental, sobretudo para garantir que não ocorra um desmame precoce. Por isso, conforme explica a enfermeira Mariana, o Posto de Coleta da MMLN funciona também como um ponto de apoio para as pessoas que amamentam, para ajudar na ordenha e com orientações técnicas a respeito da amamentação.
“Aqui nós temos profissionais capacitados em amamentação para ajudar nesse sentido. Caso haja alguma dúvida relacionada à amamentação, a pessoa tem o Posto de Coleta para contar. Todo posto ou Banco de Leite Humano não servem apenas para recolher leite para doação. Eles têm essa função de prestar atendimento de amamentação para aquelas pessoas que amamentam.
Ainda segundo Mariana, o Posto de Coleta da MMLN está em trâmite para se tornar um Banco de Leite Humano, onde todo leite doado será pasteurizado na unidade e direcionado para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pela própria mãe. “Por enquanto, estamos autorizados a funcionar como Posto de Coleta, e o leite coletado aqui será enviado para o Banco de Leite referência no Estado. Estamos terminando algumas questões administrativas, e em breve estaremos funcionando plenamente como Banco de Leite”, reitera.
Agosto Dourado 
Diante da Campanha Mundial do Aleitamento Humano, o Agosto Dourado, a MMLN está realizando uma série de ações com o objetivo de incentivar a amamentação. De acordo com a enfermeira Mariana Cavalcanti, no início do mês foi realizado um ciclo de capacitação dos profissionais, e agora está sendo efetuada a blitz educativa com as puérperas que estão internadas na unidade, bem como com seus acompanhantes.
“Durante a blitz educativa estamos entregando um material que detalha e informa sobre muitas dúvidas relacionadas à amamentação. De um lado o panfleto destaca o poder do leito humano, e do outro contém as orientações sobre o que a pessoa que amamenta pode fazer, já que muitos mitos estão relacionados a isso. Por exemplo, dizem que quem está amamentando não pode comer certos tipos de alimentos, mas, de forma geral, pode comer o que quiser. Apenas haverá restrição se o bebê for alérgico. Assim como também acreditam erroneamente que não podem alisar ou relaxar o cabelo, nem fazer exercícios físicos. Tudo isso é permitido. É permitido inclusive tomar a maioria dos medicamentos, inclusive antibióticos e antidepressivos prescritos por médicos”, informa Mariana.
Até mesmo situações como o ato de fazer tatuagem, pintar o cabelo e demais atividades do dia a dia das pessoas que amamentam podem ser realizadas normalmente, conforme destaca a profissional. A nutricionista do Posto de Coleta, Jesska Machado, também chama a atenção para outras crenças que acabam prejudicando o aleitamento humano.
“Existe uma forte crença entre as pessoas de que alguns alimentos impedem a produção do leite. Também tem o mito de que algum alimento vai passar para o leite e causar cólica e interferir na saúde do bebê. Mas, tudo isso não passa de crença popular. Não tem nenhum alimento proibido durante a amamentação. Por isso é tão importante que a gente informe ao maior número de pessoas, porque muitas vezes ficam com medo e restringem a própria alimentação, e acabam ficando nutricionalmente restritas, sem saber que a própria amamentação tem um gasto calórico necessário para que a mãe volte ao peso normal”, explica a profissional.
Ainda conforme a nutricionista, outra crendice comum é acreditar que existe leite forte ou fraco. “Todo leite é composto por vitaminas e minerais suficientes para o desenvolvimento do bebê. As mães têm que tirar isso da cabeça, de que existe leite fraco ou forte, e tirar da cabeça que tem algum alimento que possa interferir na produção de leite. Elas têm que ter um certo cuidado com alguns tipos de chás utilizados. Muitas mães ficam preocupadas em como perder peso, então fazem uso de chá para diminuir o apetite. Mas, a própria amamentação terá um gasto calórico por si só, sem precisar de fazer o uso de várias ervas. A gente pede que não faça essa utilização”, destaca.
Para quem está passando pelo processo de amamentação, os primeiros contatos com o bebê são desafiadores, mas também especiais. É o que diz a jovem Fabiana Sebastião de Andrade, que deu à luz a pequena Ana Cloe Andrade na Maternidade Municipal Lourdes Nogueira.
“É um misto de sentimento, alegria e muita emoção. Para mim está sendo especial porque eu estou sentindo minha bebê. E entendo que a amamentação é importante para ela e para mim”, conta Fabiana.
Após receber a visita da equipe de profissionais do Ponto de Coleta de Leite, e tomar conhecimento sobre o que pode ser feito durante esse período, Fabiana revela que muitas coisas foram desmistificadas para ela. “Eu não sabia disso. Muita gente fala sobre a amamentação e já dá aquele medo. Mas, graças a Deus eu saí da cirurgia e minha filha logo pegou”, disse.
A mãe Bruna Feitosa, que também pariu na MMLN, conta que a fase ainda é de adaptação. “Eu estou me adaptando e ela também, mas já começou a pegar certinho. Os profissionais daqui, eu não tenho o que reclamar, porque vêm o tempo inteiro aqui, orienta, ensina algumas técnicas, e tudo isso é um auxílio e suporte muito bom”, avalia.