No início deste mês, a Prefeitura de Aracaju contratou o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS) para administrar a Maternidade Municipal Lourdes Nogueira. A unidade materno-infantil, edificada no bairro 17 de Março, tem capacidade para realizar até 500 partos por mês e é a primeira maternidade pública municipal de Aracaju. Fruto de um investimento de R$ 18 milhões, o complexo entrará em funcionamento já em março, 60 dias após a assinatura do contrato.
Para representantes de instituições de saúde do município e de Sergipe, a nova maternidade deve ajudar a desafogar o sistema do estado, que compreende a maternidade Nossa Senhora de Lourdes e o Hospital Santa Isabel, que tem trabalhado com lotação máxima, e isso ajudará a reduzir os índices de mortalidade materno-infantil, como avalia a presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Ana Jovina.
“A gente vê essa ação da Prefeitura com muita felicidade, pois é mais um equipamento que vai melhorar a assistência materno-infantil. Estamos passando por um período difícil em relação a indicadores de mortalidade materna e de mortalidade infantil que precisamos melhorar. Então, com mais um equipamento com a estrutura que está proposta, essa nova maternidade, a gente espera que venha impactar na assistência materno-infantil, não só no município de Aracaju, mas no estado de Sergipe”, disse.
Para Jovina, a capacidade da maternidade é “muito boa”, pois a unidade tem estrutura para realizar até 500 partos por mês. Segundo ela, em Sergipe, são realizados cerca de 17 mil procedimentos obstétricos ao longo do ano, uma média de 1,4 mil por mês.
“Se você tem uma nova unidade com estrutura para realizar 500 partos no mês, vai desafogar o sistema que está muito sobrecarregado. A maternidade Nossa Senhora de Lourdes e o Hospital e Maternidade Santa Isabel trabalham sempre com lotação máxima. Isso faz com que caia a qualidade da assistência, impactando na mortalidade materno-infantil. Tendo essa nova unidade, a gente espera que tenha uma qualidade de assistência melhor. A unidade está muito bonita, bem estruturada e a gente vê o empenho da Secretaria e da Prefeitura em fazer com que a maternidade funcione com qualidade”, destaca.
Já o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Aracaju, Augusto Couto, parabenizou a iniciativa do município, enfatizando o fato de que, com a entrega da estrutura física já realizada e com a previsão de funcionamento da maternidade para os próximos 60 dias, a unidade passará a dar o suporte necessário à população que mais precisa deste serviço na capital sergipana.
“Como presidente do Conselho Municipal de Saúde de Aracaju, agradeço ao prefeito Edvaldo Nogueira e à secretária da Saúde, Waneska Barboza, pois esse é um momento histórico, a capital sergipana ter uma maternidade pública municipal, para dar um suporte a essa população que tanto necessita. Vemos que é incessante a luta para trazer o melhor para a saúde de Aracaju”, afirmou ao ressaltar a colaboração do Conselho para a concretização dessa obra.
Serviços
Na Maternidade Municipal Lourdes Nogueira serão ofertados à população atendimentos de urgência e emergência obstétrica e neonatal, atendimento de urgência com observação de até 24h e consulta com profissionais de nível superior na Atenção Especializada.
Além disso, a unidade também realizará exames de patologia clínica, radiológicos, ultrassonografia obstétrica e ultrassonografia com doppler, e mais uma série de serviços que oferecerão para as mulheres grávidas e puérperas um atendimento humanizado e de qualidade.
Para garantir essa qualidade no atendimento, a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, destaca que a forma de gestão da maternidade pública municipal será uma novidade na capital sergipana, uma vez que a administração se dará através de uma organização social, após a realização de um processo de concorrência pública.
“Nove empresas se habilitaram no município de Aracaju para gerenciar a Maternidade Lourdes Nogueira. Dessas, quatro entregaram propostas que foram minuciosamente avaliadas e finalizamos o processo de avaliação e seleção agora no final do ano de 2022 com uma vencedora. Esperamos que a partir de março, quando se completa o prazo de 60 dias para que a empresa possa equipar a maternidade, contratar o pessoal, a unidade esteja efetivamente funcionando com a primeira mulher sendo atendida, com o primeiro parto acontecendo e realmente que seja algo muito bom para todas as mulheres da nossa cidade”, disse.