Em um desenvolvimento surpreendente da crise política que assola o Brasil, parlamentares governistas solicitaram ao Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a apreensão do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também se juntou ao coro, pedindo que o documento seja retido. O pedido ocorreu após Bolsonaro admitir, durante um evento com apoiadores na sexta-feira, estar ciente dos “riscos que corre em solo brasileiro”.
A solicitação de apreensão do passaporte se intensificou durante a posse do novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando Simone Tebet declarou que o “cerco se fechou” para Bolsonaro e enfatizou a necessidade de aplicar rigor da lei. “Não se enganem, que busquem o mais rápido possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi legitimamente eleito pelo povo com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele”, alertou.
Além de Tebet, os parlamentares Érika Hilton (PSOL-SP) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) também solicitaram ao Ministro Alexandre de Moraes que Bolsonaro seja impedido de sair do país e que seu passaporte seja retido. Essas solicitações foram feitas na sexta-feira, logo após o depoimento do hacker Walter Delgatti à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Delgatti afirmou que Bolsonaro pediu a ele para fraudar uma urna eletrônica com o objetivo de pôr em dúvida o processo eleitoral.
Esses pedidos acontecem no contexto de outra investigação em andamento. O deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou um requerimento à CPMI do 8 de Janeiro, fundamentado nas investigações da Polícia Federal que sugerem o uso do avião presidencial para transportar joias, esculturas e objetos de valor, todos pertencentes ao patrimônio público.
No entanto, Bolsonaro, durante sua visita a Goiânia (GO) na sexta-feira (18) para receber o título de cidadão goiano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), ignorou as operações policiais ao seu redor e não fez comentários sobre a venda das joias que recebeu enquanto era chefe do Executivo, nem sobre as afirmações feitas por Delgatti. No entanto, ele destacou: “Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder”, um dia após Moraes ter autorizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como parte da investigação sobre o suposto esquema.
Nas redes sociais, Fábio Wajngarten, advogado do ex-presidente, ironizou a situação ao compartilhar uma matéria alegando que autoridades estariam monitorando o risco de fuga de Bolsonaro.
A crise política no Brasil parece estar se aprofundando, e o futuro de Jair Bolsonaro está cada vez mais incerto à medida que os pedidos de apreensão de seu passaporte se acumulam e as investigações avançam.
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