No último domingo (13), o partido político do falecido candidato presidencial equatoriano, Fernando Villavicencio, surpreendeu ao anunciar uma reviravolta na escolha de seu substituto para a eleição marcada para o dia 20 de agosto. O partido, Construye, havia anteriormente declarado que a ativista ambiental Andrea Gonzalez seria a candidata substituta, porém, em uma coletiva de imprensa realizada na capital, comunicou que agora indicará o jornalista Christian Zurita para o cargo.
A decisão anterior, anunciada no sábado (12), de indicar Andrea Gonzalez, havia sido vista como uma maneira de manter viva a visão política e os ideais de Villavicencio. Gonzalez, que originalmente era a candidata à vice-presidência na chapa de Villavicencio, possui um histórico de ativismo ambiental e compromisso com a transparência política. Os líderes do partido asseguraram que ela continuará participando ativamente da corrida presidencial.
Fernando Villavicencio, ex-parlamentar e jornalista investigativo, era conhecido por suas denúncias de corrupção que abalaram os círculos políticos do Equador. Sua morte trágica, ocorrida na semana passada, chocou a nação e suscitou preocupações sobre a segurança dos envolvidos na corrida eleitoral. Villavicencio foi assassinado a tiros após um evento de campanha, quando entrava em seu carro acompanhado por um pequeno grupo de pessoas, incluindo guarda-costas fornecidos pelo governo.
Christian Zurita, o novo candidato escolhido para substituir Villavicencio, também é um jornalista renomado. No passado, ele colaborou com Villavicencio em investigações jornalísticas que expuseram casos de corrupção de alto nível. Zurita, que demonstrou coragem ao continuar sua atuação jornalística em meio a um ambiente muitas vezes hostil, deverá passar pelo processo de aprovação do Conselho Eleitoral Nacional antes de sua candidatura ser oficializada.
Zurita demonstrou determinação ao afirmar durante a coletiva de imprensa: “Vamos tentar evocar suas habilidades e seu nome”. Ele acrescentou que não cederá a pressões ou negociações com “nenhuma máfia”, reiterando seu compromisso com a integridade e a justiça.