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Pesquisa revela que 45% das mulheres brasileiras enfrentam transtornos mentais após a pandemia

Pesquisa revela que 45% das mulheres brasileiras enfrentam transtornos mentais após a pandemia

Uma pesquisa recente da Organização Não Governamental (ONG) Think Olga, intitulada “Esgotadas: empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres”, lançou luz sobre as consequências profundas e preocupantes do empobrecimento e da sobrecarga de cuidado na saúde mental das mulheres brasileiras. Os resultados do estudo, baseados em uma análise de dados coletados entre 12 e 26 de maio de 2023, revelaram que 45% das mulheres do país foram diagnosticadas com ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais após o período da pandemia de COVID-19.

A ansiedade emergiu como o transtorno mental mais prevalente, afetando seis em cada dez mulheres no Brasil. A pesquisa, realizada com 1.078 mulheres entre 18 e 65 anos, representando todas as regiões do país, demonstrou um cenário alarmante de esgotamento mental e físico, sobrecarga de trabalho doméstico e insegurança financeira. Os dados coletados apontaram para uma realidade na qual as mulheres enfrentam desafios significativos em diversas áreas de suas vidas.

Insegurança Financeira e Dupla Jornada como Fatores de Pressão

O relatório da Think Olga destacou que as questões financeiras e a dificuldade de equilibrar diferentes aspectos da vida receberam as menores avaliações de satisfação por parte das entrevistadas. Em uma escala de 1 a 10, a vida financeira recebeu uma avaliação média de 1.4, enquanto a capacidade de conciliação entre diferentes esferas da vida obteve uma nota de 2.2. A insatisfação financeira atinge 48% das entrevistadas, sendo que 32% expressaram descontentamento com a remuneração.

A pesquisa também revelou que 59% das mulheres das classes sociais D e E estão insatisfeitas com suas situações financeiras, enquanto essa insatisfação atinge 54% das mulheres pretas e pardas. Além disso, 38% das mulheres são as únicas ou principais provedoras de suas casas, um número significativo que destaca a responsabilidade financeira que muitas mulheres carregam.

Empobrecimento e Sobrecarga de Cuidado: Impactos na Saúde Mental

A pesquisa apontou que a sobrecarga de trabalho doméstico e a jornada excessiva de trabalho foram os segundos fatores de descontentamento mais mencionados, ficando atrás apenas das preocupações financeiras. Esse esgotamento foi mais pronunciado em mulheres de 36 a 55 anos (57% delas cuidam de alguém) e em mulheres pretas e pardas (50% delas cuidam de alguém). A sobrecarga de cuidado também foi associada a um empobrecimento das mulheres, refletindo a chamada “feminização da pobreza”.

Outros Fatores de Impacto na Saúde Mental

Além das preocupações financeiras e do trabalho doméstico, o relatório da Think Olga destacou outros fatores que afetam a saúde mental das mulheres. Entre as entrevistadas mais jovens, 26% relataram que os padrões de beleza impostos têm um impacto negativo em sua saúde mental. Além disso, 16% das entrevistadas citaram o medo de sofrer violência como um fator de impacto.

Conscientização e Busca por Saúde Mental

A pesquisa também revelou que 91% das entrevistadas consideram a saúde emocional uma questão séria, enquanto 76% delas estão buscando prestar mais atenção à sua saúde mental, especialmente após o período da pandemia de COVID-19. Apenas 11% afirmaram que não cuidam de sua saúde emocional de nenhuma forma.

Imprensa24h

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