O plano Punhal Verde Amarelo, que detalhava um suposto esquema para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes, foi confirmado como obra do general Mario Fernandes durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF). Preso desde novembro de 2024, Fernandes declarou que o documento é “um pensamento digitalizado” e negou que tenha sido compartilhado ou que tivesse intenção prática.
Segundo o general, o plano era uma análise de riscos pessoal, que foi inadvertidamente digitalizada e impressa para facilitar a leitura. Fernandes afirmou ainda não se recordar de ter impresso múltiplas cópias, atribuindo essa possível situação a uma configuração da impressora. O militar explicou que rasgou o documento após a impressão e que nunca o mostrou a ninguém.
A Polícia Federal considera o plano Punhal Verde Amarelo um documento com características terroristas, contendo estratégias para assassinatos de autoridades de alto escalão. Entre as táticas previstas estavam o uso de agentes químicos para causar colapso orgânico no presidente Lula e até o emprego de artefatos explosivos para eliminar o ministro Alexandre de Moraes. O documento também indicava o uso de armamentos pesados, incluindo pistolas, fuzis, metralhadoras e lança-granadas.
De acordo com as investigações, as impressões do plano ocorreram dentro do Palácio do Planalto nos dias 9 de novembro e 6 de dezembro de 2022, logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais daquele ano. Mario Fernandes integra o núcleo 2 da chamada trama golpista, responsável por gerenciar ações que buscavam manter Bolsonaro no poder. Documentos, mensagens recuperadas e depoimentos, incluindo os do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, indicam que Fernandes tinha papel ativo no planejamento e assessoramento político.
Mauro Cid declarou que Fernandes foi um dos radicais que insistiram na estratégia golpista mesmo antes do segundo turno das eleições. Além disso, conversas revelam que Fernandes sugeriu o discurso que Bolsonaro proferiu em 9 de dezembro de 2022, após um período de reclusão. O Supremo Tribunal Federal está realizando as audiências com os réus do núcleo 2, que podem se explicar e responder às acusações. Até o momento, nenhum deles utilizou o direito de permanecer em silêncio.
A investigação da Polícia Federal detalha ainda a participação do núcleo 2 em ações que visavam manipular operações da Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno eleitoral, priorizando estados do Nordeste.
O processo judicial avança com o interrogatório por videoconferência de 12 réus, faltando apenas a oitiva de Silvinei Vasques, ex-diretor geral da PRF. As defesas criticam a velocidade do processo e a falta de tempo para analisar todo o material, mas o juiz, advogados e Ministério Público têm a oportunidade de questionar detalhadamente cada acusado.
O Imprensa 24h acompanha e traz as atualizações deste caso que expõe tentativas de golpe e atentados contra a democracia brasileira.
General Mario Fernandes confirma autoria do plano Punhal Verde Amarelo, que previa assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. Polícia Federal investiga trama golpista. Saiba mais no Imprensa 24h.
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