Nesta sexta-feira, 18 de agosto, o economista Márcio Pochmann tomará posse como o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sucedendo Cimar Azeredo, que ocupava o cargo de forma interina. A nomeação de Pochmann para a presidência do IBGE ocorreu em 8 de agosto, porém, a decisão não passou sem gerar controvérsias.
A escolha de Márcio Pochmann para liderar o IBGE provocou desconforto dentro do governo federal. A indicação do economista foi anunciada previamente pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, antes mesmo de ser publicada no Diário Oficial da União. O anúncio surpreendeu a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já que o IBGE está sob a estrutura da pasta dela. Esse episódio ressaltou as divisões internas dentro do governo em relação à escolha do novo presidente do órgão estatístico.
Márcio Pochmann possui uma trajetória acadêmica sólida. É pós-graduado em ciências políticas pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal e doutor em ciência econômica pela renomada Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além disso, é um reconhecido pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho.
O economista já ocupou posições de destaque em outras instituições. Entre 2007 e 2012, presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), contribuindo para debates e análises relevantes no campo econômico. Posteriormente, Pochmann dirigiu a Fundação Perseu Abramo, vinculada ao Partido dos Trabalhadores (PT), de 2012 a 2020. Seu envolvimento com a Fundação Perseu Abramo gerou discussões políticas e ideológicas em torno de seu trabalho. Além disso, nos últimos dois anos, atuou como presidente do Instituto Lula.
A posse de Márcio Pochmann como presidente do IBGE ocorre em um contexto de desafios significativos para o órgão. O IBGE é responsável por produzir estatísticas e informações essenciais para embasar políticas públicas, direcionar investimentos e analisar a conjuntura econômica e social do país. A nova gestão enfrentará a necessidade de manter a independência técnica do instituto, garantindo a credibilidade e imparcialidade de seus dados em um cenário político complexo.