Na manhã desta terça-feira, a Polícia Civil de Sergipe, em conjunto com a Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo, deflagrou a Operação Fake Toy na Grande São Paulo, desmantelando uma associação criminosa especializada em fraudes eletrônicas com atuação em todo o território nacional. A operação resultou no cumprimento de 12 mandados judiciais, sendo cinco de prisão e sete de busca e apreensão.
De acordo com os delegados Bruno Alcântara, da Delegacia Regional de Lagarto, e Matheus Cardillo, da Delegacia Regional de Itabaiana, que lideraram a Operação, a Fake Toy tinha como alvo um grupo que se especializou em aplicar golpes por meio de anúncios de venda de veículos infantis, incluindo carros, motos e quadriciclos elétricos, veiculados em uma rede social.
Segundo as investigações, os compradores, provenientes de diversos estados do Brasil, eram vítimas de um esquema fraudulento, realizando pagamentos por produtos que nunca recebiam. Estima-se que o prejuízo causado às vítimas em Sergipe alcance aproximadamente R$ 200 mil.
O delegado Matheus Cardillo explicou: “Empresários do estado de Sergipe manifestaram interesse em adquirir esses produtos e passaram a negociar com os criminosos. Com o prejuízo financeiro notado, eles perceberam que foram vítimas e procuraram as delegacias de Lagarto e Itabaiana para notificar essa situação, iniciando assim essa investigação conjunta”.
A parte operacional da investigação foi coordenada pelo delegado Bruno Alcântara, que revelou que o inquérito policial foi instaurado há um ano e sete meses, inicialmente focando nas vítimas nas cidades de Lagarto e Itabaiana, em Sergipe. Durante a operação, as autoridades apreenderam diversos dispositivos utilizados nas práticas criminosas, bem como documentos e outros objetos que serão fundamentais nas próximas etapas da investigação.
“Os crimes foram cometidos por meio de plataformas digitais, atingindo várias vítimas em diferentes estados do país. Identificamos as vítimas de Sergipe nas cidades de Lagarto e Itabaiana”, acrescentou o delegado Bruno Alcântara.
A operação revelou que o grupo criminoso recrutava pessoas que forneciam suas contas bancárias para participar das fraudes. Até o momento, cerca de 30 pessoas foram identificadas como colaboradoras da quadrilha.
O delegado Matheus Cardillo, que coordena a Divisão de Crimes Patrimoniais em Itabaiana, enfatizou que há fortes indícios de que o número de vítimas em todo o Brasil seja substancial, devido às vendas realizadas na rede social, por meio de diversos perfis, que contavam com um grande número de seguidores nas páginas de venda.
A ação ocorreu nos bairros Cidade Tiradentes e Jardim Robru, em São Paulo, e o prejuízo total para as vítimas em todo o país pode atingir um valor milionário.
Além das Divisões de Repressão a Crimes Patrimoniais das Delegacias Regionais de Lagarto e Itabaiana, a operação contou com o apoio da Polícia Civil de São Paulo, da Delegacia de Crimes Cibernéticos, da Divisão de Inteligência e Planejamento da Polícia Civil de Sergipe e da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior.
O nome escolhido para a operação, Fake Toy, faz referência direta à prática enganosa de venda de produtos infantis por parte do grupo criminoso, que se comprovou nem sequer existirem.
O delegado Regional de Lagarto, Paulo Cristiano, que também participou da operação, destacou a importância do preparo técnico da PCSE: “A Polícia Civil de Sergipe detém o conhecimento técnico necessário em investigações de alta complexidade, como ocorre nos casos de elucidação de Crimes Cibernéticos”.
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