O corpo encontrado dentro de uma mala em avançado estado de decomposição, guardado em uma geladeira de um apartamento em Aracaju, foi identificado como sendo do advogado e jornalista gaúcho Celso Adão Portella. A confirmação foi feita nesta quinta-feira (28) pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe. O macabro achado ocorreu durante uma ação de despejo realizada no último dia 20, quando oficiais de Justiça fizeram a terrível descoberta. Uma técnica de enfermagem de 37 anos, suspeita de ocultar o cadáver, foi presa.
A identificação do corpo de Celso Portella foi possível graças a informações presentes em prontuários clínicos e hospitalares do jornalista, além de uma prótese que ele possuía. Documentos pessoais também foram encontrados no apartamento. Três filhos de Celso, que residem no Rio Grande do Sul, foram ouvidos pelos investigadores.
Causa da Morte e Conservação do Corpo
A causa da morte de Celso Portella, até o momento, permanece desconhecida e será objeto de análise pelo Instituto Médico Legal. A forma como o corpo foi conservado também está sob investigação.
De acordo com o delegado Tarcísio Tenório, responsável pelo caso: “Temos todos os elementos possíveis para avançar e concluir o inquérito. Recolhemos vestígios importantes, até mesmo a geladeira e a mala.”
Quem é a Vítima?
Celso Adão Portella, de 80 anos, era natural de Ijuí, no Norte do Rio Grande do Sul, mas construiu sua vida em Porto Alegre. Em 2001, ele deixou o estado após o falecimento de sua mãe e partiu para o Espírito Santo. Posteriormente, perdeu contato com seus irmãos. Celso era um dos 12 irmãos e deixou quatro filhos no Rio Grande do Sul.
De acordo com informações da polícia, o advogado veio para Sergipe a convite de uma universidade particular. Até 2019, ele recebia aposentadoria pelo INSS, mas as autoridades estão investigando se houve saques ou movimentações financeiras suspeitas em sua conta após essa data.
O delegado Tenório comentou: “Estamos tentando obter informações das instituições financeiras para saber se houve saques ou não.”
A Versão da Suspeita
Em seu depoimento à polícia, a mulher suspeita de ocultar o corpo afirmou que Celso Portella era seu companheiro e que o encontrou morto em 2016, após seu retorno do trabalho. Ela teria colocado o corpo em posição fetal dentro da mala e o escondeu na geladeira por medo do que pensariam sobre a morte dele.
Além da ocultação de cadáver, a mulher está sendo acusada de maus-tratos contra a criança, uma menina de quatro anos que estava no apartamento em condições insalubres, com lixo e entulhos espalhados. A filha da suspeita foi recolhida pelo Conselho Tutelar e encaminhada para a casa de familiares da mãe. A identidade do genitor da criança é desconhecida, mas a mulher informou à polícia que o pai atualmente reside no exterior.
Atualmente, a suspeita está sob tratamento psiquiátrico no Hospital de Custódia e será reavaliada em 45 dias, quando um novo laudo será emitido e remetido à Justiça.
Segundo um vizinho da suspeita, ela morava no local há cerca de 12 anos e não costumava receber visitas, mas também não levantava suspeitas.O caso continua em investigação e novos detalhes serão divulgados à medida que as informações forem apuradas pelas autoridades competentes.
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