O preço do óleo diesel terá um novo aumento a partir desta terça-feira (5) devido à volta parcial dos impostos federais. De acordo com estimativas da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), o litro do combustível ficará, em média, R$ 0,10 mais caro nas distribuidoras, mas esse aumento pode ter reflexos imediatos nas bombas de abastecimento em todo o país.
A medida que impactará diretamente no bolso dos consumidores é a retomada da alíquota de PIS/Cofins, que estava zerada, e passa a ser de R$ 0,11 por litro. Prevê-se que em outubro, o governo aumentará novamente essa parcela para R$ 0,14. Além disso, haverá a retomada da cobrança sobre o biodiesel, que representa 12% da mistura vendida nos postos. A volta integral da cobrança do PIS/Cofins sobre o diesel e biodiesel está programada para janeiro de 2024.
Essa medida marca o fim da isenção dos impostos federais sobre os combustíveis, aprovada em 2022, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), como resposta ao impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em fevereiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu estender até março a desoneração para a gasolina e o etanol e até o fim de dezembro para o diesel.
No entanto, para compensar a perda de arrecadação com o aumento no valor do programa de incentivos para carros zero-quilômetro, que ocorreu em junho, o governo federal optou por reverter parcialmente a desoneração sobre o diesel, que vigoraria até o fim do ano.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) expressou preocupação com o reajuste no preço do óleo diesel, afirmando que isso pode elevar os custos de produção e transporte, o que se traduzirá em aumento nos preços dos hortifrutigranjeiros, das carnes, dos laticínios e dos alimentos industrializados de forma escalonada. Os consumidores podem sentir os impactos diretos na cesta de abastecimento dos lares.
A volta dos impostos sobre a gasolina e o etanol em março e junho já teve reflexos na inflação. Em julho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ganhou força ao avançar 0,12%. A gasolina, o subitem de maior peso individual no índice, foi o produto que mais impactou o resultado da inflação, com uma variação de 4,75% no mês.