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Prefeitura de Aracaju atua intersetorialmente para coibir possível tráfico de drogas no entorno do Nestor Piva

Prefeitura de Aracaju atua intersetorialmente para coibir possível tráfico de drogas no entorno do Nestor Piva

Desde o controle da pandemia, um número expressivo de pessoas passou a ocupar os arredores do Hospital Municipal de Pequeno Porte Nestor Piva, na zona Norte da capital. O que, antes, era tratado como um problema de vulnerabilidade social, hoje, no entanto, se tornou uma questão de segurança pública, quando denúncias e registros apontam para uma possível situação de tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Pensando em coibir essas ações, uma atuação intersetorial, encabeçada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), envolvendo, ainda, as secretarias municipais da Defesa Social e Cidadania (Semdec), através da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), Assistência Social e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), foi organizada e já colocada em ação para garantir, sobretudo, a segurança da população local, dos usuários e funcionários do equipamento de saúde.

“Em uma das visitas de praxe ao Nestor Piva, a diretoria nos apontou essa situação que causou muita preocupação. No primeiro momento, houve toda uma mobilização por parte da Assistência Social de Aracaju para acolher essas pessoas que, naquela avaliação anterior, estavam em situação de vulnerabilidade, inclusive oferecendo abrigo, o que teve recusa nas  abordagens feitas.  No segundo momento, passamos a receber denúncias de possível tráfico de drogas e outras atividades que passaram a representar risco, tanto para os usuários do Nestor Piva, como para os funcionários e para a comunidade do entorno, inclusive, com registro do óbito de uma dessas pessoas que estão nessa situação. Desta forma, nos foi exigido um outro olhar e um outro tipo de ação, o que será feito por meio de uma parceria entre órgãos da Prefeitura”, destaca a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.

Perigo

O relato da gestora administrativa do Piva, Jória Dias,  conta momentos de tensão no entorno e até intimidação a funcionários.

“Há cerca de 15 dias, por exemplo, um deles chegou na unidade lavado de sangue, após uma briga com outro, aqui nos arredores do Piva. Ele chegou a ser intubado e regulado para o Huse [Hospital de Urgência de Sergipe João Alves Filho]. Outras situações são: eles brigam e correm para dentro da unidade com facas; abordam usuários pedindo dinheiro, se passam por flanelinhas e, quando os usuários não dão, chutam o carro. Como a unidade é 24h, há um medo, principalmente, para quem precisa vir durante a noite ou madrugada. É uma série de situações que, com essa ação intersetorial, nos sentiremos mais tranquilos e esperançosos de que o problema logo se resolva”, relata Jória.

Segundo ela, os funcionários da unidade também são frequentemente intimidados e até houve sucessivos registros de assalto à unidade.

“Em maio deste ano, o Nestor Piva foi assaltado durante cinco dias consecutivos. Os funcionários são intimidados e existe outro complicador que envolve a saúde, tanto dos usuários, quanto dessas pessoas que ocupam os arredores da unidade: elas defecam na calçada da unidade e não conseguimos limpar porque ocupam todo o espaço e são agressivas. Também temos confirmação de que uma dessas pessoas está com tuberculose, colocando em risco os demais, ou seja, é uma situação que já passou dos limites”, completa a gestora do Piva.

Cuidado

Foram incontáveis as vezes em que as equipes da Assistência Social se deslocaram para o local, tentando sensibilizar esse grupo que, atualmente, está entre 20 e 30 pessoas.

“Nossa atuação foi persistente no sentido de acolher essas pessoas em equipamentos da Assistência Social, ofertamos informação e conscientização sobre a situação, inclusive porque o local está muito insalubre para a saúde deles. A questão é que não podemos obrigar esse grupo a aceitar o acolhimento. Ainda que, hoje, já tenha sido identificado o problema relacionado à segurança pública, seguimos nossa atuação, insistindo na abordagem social, sobretudo por se tratar de uma questão delicada, portanto, que envolve cautela”, frisa a referência técnica do Serviço de Abordagem Social, a assistente social Ana Paula de Cristo.

Medidas

Conforme o secretário municipal da Defesa Social e da Cidadania, tenente-coronel Silvio Prado, por se tratar de um assunto delicado, as medidas envolvem cautela e atenção às situações que se cruzam diante do fato.

“Já realizamos diversas ações na localidade e, agora, o nosso foco vai ser aumentar o acompanhamento dessa situação. Fizemos um relatório de inteligência que apontou quais as ações que poderíamos desenvolver, respeitando todas as nuances que envolvem a questão, portanto, faremos, agora, uma ação mais ostensiva, com maior presença da Guarda Municipal na localidade, mas contando, ainda, com a abordagem social. No entanto, nosso foco é combater aquilo que está colocando em risco a segurança pública, seja o tráfico de drogas, roubos, furtos ou mesmo agressões e intimidação por parte dessas pessoas”, salienta Silvio Prado.

A unidade conta com videomonitoramento desde 2018 e, agora, pode receber novo incremento. “Recentemente, fizemos melhorias para termos maior visibilidade e, com essa questão, é possível que façamos novo incremento. No entanto, toda a parte interna como a externa é monitorada, o que auxilia muito nas nossas atividades”, ressalta o secretário.

O comandante-geral da Guarda Municipal, subinspetor 2° classe Fernando Mendonça, reforça que foram feitas diversas ações e, com o novo alinhamento intersetorial, toda a atuação está embasada nos cuidados que a situação envolve.

“Toda a nossa ação é preventiva, contando com Assistência Social de Aracaju, porém, nosso foco é garantir a segurança pública e nosso trabalho está em operação permanente”, complementa Mendonça.

Imprensa24h

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