“Normalizar o trabalho infantil é negar o futuro às nossas crianças”, é o título da nova campanha de combate ao trabalho infantil, desenvolvida este ano pela Prefeitura de Aracaju que, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, promoverá uma série de ações socioeducativas em diversos pontos da capital sergipana.
Em sua primeira atividade, a equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social da Proteção Social Especial (PSE) realizou na manhã deste sábado, 4, a sensibilização de comerciantes, consumidores e turistas no Mercado de Artesanato Thales Ferraz, administrado pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), na região central da cidade.
De acordo com o coordenador da PSE de Aracaju, Edilberto Filho, ao longo deste ano, serão promovidas iniciativas de conscientização da população e de apresentação do trabalho da administração municipal no combate a essa violação de direito.
“Hoje demos o ponta pé inicial da campanha com ações de panfletagem e adesivaço no mercado central, para sensibilizar as pessoas que utilizam desse local para essa problemática. Em 2023, teremos um calendário de ações continuadas que vão desde a realização de atividades dentro dos espaços públicos, como escolas, Centros de Referência da Assistência Social e Unidades Básicas de Saúde, a grandes eventos. A principal meta deste ano é fazer a conscientização contra o trabalho infantil e a favor do trabalho protegido”, destacou.
Profissionais como assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais integram a equipe. De acordo com a referência técnica do Serviço Especializado em Abordagem Social de Aracaju, Sanolli Gonzaga, o local foi escolhido pela incidência de casos.
“O trabalho infantil é uma questão cultural em nosso território e como integramos um serviço que sai às ruas para identificar violações de direito, encontramos situações no dia a dia no campo de trabalho. Aqui vemos um trabalho infantil permanente, como crianças e adolescentes fazendo carregos, que são vendedores ambulantes, além de existir um foco de exploração sexual, por isso, decidimos iniciar as ações por esse local”, explicou.
Sanolli explica ainda que o trabalho infantil está ligado a ideia de que é algo positivo, mas pode causar danos morais, físicos, psicológicos e educacionais à criança e ao adolescente.
“Ouvimos muitos comentários de que é melhor trabalhar do que roubar, que não causa problemas, mas sabemos que realmente não é assim. Precisamos priorizar para as crianças um espaço lúdico, de lazer, com educação, e é nesse sentido que a campanha está voltada. Lugar de criança é na escola, na família, no lazer e não trabalhando. Estamos sensibilizando a população que o trabalho infantil não é para ser permitido, é para ser combatido, que existem outras formas de fazer com que o desenvolvimento dessa criança seja aprimorado, para que tenha novas possibilidades e outros futuros na vida”, salientou.
Adesão
A comerciante Maria da Conceição Seconto comercializa ervas medicinais no mercado Thales Ferraz há mais de 30 anos. Para ela, a campanha é necessária. “É fundamental porque as crianças precisam de proteção. Presencio algumas delas trabalhando por aqui. Sabemos que muitas têm a necessidade, mas não pode, mesmo precisando. Lugar de criança é na escola, sob todos os cuidados. O futuro deles depende de nós,” contou.
Andréa Santana vende artigos de artesanato no local há mais de 20 anos e aderiu à campanha colando um cartaz em seu estabelecimento. “Acho que a criança tem que estudar porque quando começa a trabalhar, abandona os estudos. Como vejo isso acontecer, eu aderi à campanha, decidi apoiar para chamar a atenção das pessoas. O trabalho que vocês estão fazendo está maravilhoso, tem que fazer mesmo para conscientizar a sociedade”, reforçou.
Sobre a campanha
O mote da campanha deste ano foi inspirado no de outra campanha, lançada no ano de 2021: “Proteger a infância é transformar o futuro”, na qual foi mostrado o poder da transformação de vidas quando população e Prefeitura atuam lado a lado para vencer a triste realidade, porém, foram os comentários negativos que chamaram a atenção da administração municipal. Pensando nisso, foi desenvolvida a campanha deste ano enfatizando esses comentários e as consequências da normalização desse tipo de pensamento.
Dentre os materiais utilizados para a divulgação da campanha socioeducativa estão comercial para TV, spot para rádio, mídia digital para sites, portais e redes sociais, ações em diversos pontos da cidade, além de cartazes e panfletos para distribuição em ações da Assistência Social.Instagram
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