A secretária municipal da Assistência Social, Simone Passos, pontua que a indicação das mulheres homenageadas foi feita pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), como forma de evidenciar a jornada de mulheres que, com determinação e o suporte dos equipamentos socioassistenciais, conseguiram superar a situação de vulnerabilidade.
“O prêmio é, para nós, uma prestação de contas do trabalho que a Assistência Social desenvolve junto às comunidades. Com esse evento, trouxemos o exemplo de mulheres que nos procuraram em nossos equipamentos sociais e conseguiram vencer uma situação de vulnerabilidade. Esta é uma amostra do que é o trabalho da Assistência Social. São mulheres que foram vítimas de violência, que sofreram alguma situação de vulnerabilidade social, vulnerabilidade alimentar e que nós, da Secretaria da Assistência, junto com toda a equipe dos equipamentos sociais, prestamos o suporte e apoio para que elas superem essa situação de vulnerabilidade”, destaca Simone.
As homenageadas são mulheres com realidades de vida diferentes, moradoras de diferentes territórios da capital, com idades diversificadas, mas com a determinação de mudar de vida, algo que Marlene da Conceição, de 61 anos, não conseguia mais enxergar. Ela conta que, em um estado avançado de depressão, antes de ser assistida pelo Cras, pensava, constantemente, em suicídio.
Quando o nome de registro não condiz com o que se vê no espelho, a vida também se perde. Ao receber os documentos com o nome que identifica quem é por dentro, Sabryna de Jesus, de 24 anos, viu não só uma transformação no papel, mas na sua rotina. Ao receber o prêmio, ela representou outras tantas mulheres trans que lutam, diariamente, pelo direito de existir como, de fato, são.
“Sou a primeira cantora trans do estado de Sergipe. É uma honra para mim receber esse troféu porque a Prefeitura foi fundamental na minha vida. Foi através da Diretoria de Direitos Humanos que consegui a retificação do meu nome, o que me abriu muitas oportunidades. Hoje, com muito orgulho, recebo esse prêmio em nome de todas as mulheres trans de Sergipe. Com fé, força e coragem, podemos mudar as nossas histórias. Sou muito grata pelo apoio que recebi. Fez toda a diferença”, destaca Sabryna.
Mulher preta, mãe solo de três filhos, Fabiana Jesus Santos, de 36 anos, começou a trabalhar aos 11 anos, na tentativa de mudar de vida, num mundo com tanta desigualdade social. “Recebi o prêmio com grande satisfação porque é um momento único no qual, nós mulheres, estamos sendo muito bem visadas na sociedade. Nós mudamos a visão que temos hoje. Acho um privilégio. Me sinto bem com isso, até porque eu acho que é um momento onde você pode inspirar outras mulheres”, afirma.