O presidente conservador do Equador, Guillerme Lasso, tomou uma decisão ousada nesta quarta-feira (17) ao dissolver a Assembleia Nacional do país e convocar eleições parlamentares. Lasso, um ex-banqueiro que assumiu o cargo em 2021 após uma das piores crises equatorianas durante a pandemia da Covid-19, é conhecido por sua abordagem liberal na economia.
Em sua ascensão ao poder, Lasso derrotou o candidato de esquerda, o economista Andrés Arauz. No entanto, o presidente enfrentou recentemente uma crise institucional marcada pelo aumento da violência relacionada ao narcotráfico, o aumento dos custos de vida e o crescimento de partidos de esquerda no Equador.
No próximo sábado, 20, Lasso enfrentaria uma votação de impeachment devido a acusações de peculato relacionadas à sua gestão da estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec). O presidente nega as acusações, afirmando que seu governo fez modificações em um contrato estabelecido anos antes de sua posse, com o intuito de beneficiar o Estado, e que isso foi recomendado pela Controladoria-Geral do Equador.
Essa não é a primeira vez que Lasso enfrenta um processo de impeachment. Em junho do ano passado, o Parlamento tentou destituí-lo por meio de uma votação direta, em meio a protestos indígenas violentos contra o alto custo de vida. Naquela ocasião, ele escapou por uma margem estreita de apenas 12 votos, refletindo a profunda crise política e a comoção interna vivenciadas pelo país.
Essa decisão drástica de dissolver a Assembleia Nacional e convocar novas eleições parlamentares pode moldar o futuro político do Equador, trazendo incertezas e desafios para Lasso e sua administração.