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Produtos da agricultura familiar fazem parte da alimentação escolar de Aracaju

Produtos da agricultura familiar fazem parte da alimentação escolar de Aracaju

Fornecer alimentação escolar de qualidade e nutritiva para todos os estudantes da rede municipal é um dos compromissos da Prefeitura de Aracaju. Por isso, além do lanche convencional ofertado por uma empresa terceirizada, a gestão também acrescenta ao cardápio das escolas os produtos da agricultura familiar, ricos em nutrientes e regionais, respeitando a cultura e o hábito alimentar das crianças.

Desta forma, a Prefeitura incentiva a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, sazonais e produzidos em Sergipe e, ainda, fomenta a valorização do produtor rural e o aumento da renda familiar, fortalecendo a economia local.

A aquisição dos alimentos acontece por meio da Lei de nº 11.947, que determina que, no mínimo, 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), deve ser utilizado na compra de alimentos da agricultura familiar e do empreendedor rural ou suas organizações, priorizando os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas.

Um dos assentamentos a fornecer alimentos para a merenda escolar de Aracaju é o Rosa Luxemburgo, localizado no município de São Cristóvão. É de lá que vêm as frutas, os bolos de macaxeira e laranja, além do pão de batata que compõem o cardápio das crianças, muitos deles produzidos pela Associação de Mulheres Sabor de Mel, dirigido pela presidente Maria Gilda.

“Poder fornecer alimentos para a alimentação escolar de Aracaju nos ajuda bastante financeiramente. Muitas pessoas que trabalham aqui não têm emprego fixo, dependendo somente da plantação. O que também não é algo certo porque até o milho que plantamos, no inverno, não dura o ano todo porque não temos irrigação. Então, poder produzir os bolos e  demais alimentos ajuda bastante as famílias”, conta Maria Gilda.

Da mesma forma encara a produtora Viviane dos Santos, moradora do assentamento que trabalha todos os dias para o fornecimento de alimentos de qualidade para o lanche nas escolas.

“A alimentação escolar de Aracaju trouxe muitas oportunidades para a gente do assentamento. Ajuda bastante a nossa comunidade. Todo dia que tem produção estou aqui”, conta Viviane.

São cerca de 15 pessoas trabalhando na Associação de Mulheres Sabor de Mel, atuando tanto no cultivo dos produtos como na preparação dos bolos e pães.

“O nosso maior cultivo é o da macaxeira. Mas também temos algumas frutas que são enviadas para a merenda e que cultivamos aqui. Utilizamos a macaxeira para fazer os bolos, e também temos coco e leite. Ou seja, o que utilizamos nas receitas, cultivamos ou compramos dos nossos próprios companheiros aqui de dentro”, explica a presidente da associação.

De acordo com a nutricionista Larissa Coelho, referência técnica e coordenadora de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação (Semed), o produto adquirido da agricultura familiar é um incremento na alimentação escolar.

“Os alimentos provenientes da agricultura familiar vêm como uma forma de complementar o cardápio. Realizamos o chamamento público das cooperativas e associações para a oferta desses alimentos, que é algo extra ao cardápio. Normalmente, oferecemos três tipos de frutas provenientes da agricultura familiar, além dos dois tipos de frutas que temos no nosso cardápio, e também bolos e o pão de batata, que são servidos de maneira a enriquecer ainda mais a alimentação oferecida nas escolas”, afirma Larissa.

Com as mudanças no cardápio dos alimentos ofertados nas creches, após a atualização da Resolução nº 6, de 8 de maio de 2020, as associações passaram a enfrentar alguns desafios ainda maiores para a produção dos lanches, sobretudo com a retirada do açúcar, que foi uma exigência da nova resolução. Mas, segundo dona Gilda, os agricultores encararam o desafio e criaram uma receita específica para o preparo dos bolinhos sem esse item.

“Fazemos aquilo que a Prefeitura requisitar. Nos pediram para elaborar um bolo para creche, sem açúcar. Então, fizemos um bolo de aveia com banana, com adição de uvas passas ou uva cristalizada, para dar um sabor mais adocicado. Inclusive, já estamos cultivando essas bananas aqui mesmo”, descreve a presidente da associação.

Produção

A depender da quantidade de alimentos solicitados pela gestão municipal, a produção na Associação Sabor de Mel inicia às 5h e segue até as 18h. No caso dos bolinhos, segundo dona Gilda, além de bater a massa, separar, pesar e levar para as forminhas, os trabalhadores também empacotam, selam, etiquetam, encaixotam e distribuem.

“Os adesivos com as etiquetas são feitos com apoio da nutricionista da rede. Ela nos acompanha para saber se está tudo conforme o edital exige, bem como ela elabora a ficha técnica do produto, que vai na etiqueta do bolinho, contendo todos os valores nutricionais”, reitera a presidente.

Fortalecimento

Para os agricultores rurais, fornecer alimentos para a merenda escolar é garantia de emprego e renda, mas também de qualidade de vida e melhores condições de trabalho.

“Antes, só tínhamos a opção de vender nossos produtos nas feiras. Levávamos caixas pesadas na cabeça, fora o gasto que tínhamos com transporte até Aracaju, alimentação. Ou seja, fazíamos 20 bolos para vender na feira, sobrava cinco, que seria de onde tiraríamos o lucro. Mas, agora, há cerca de três anos ofertando merenda escolar para Aracaju, voltamos a ter lucro. Dá para todo mundo ganhar um dinheirinho que ajuda bastante”, ressalta dona Gilda.

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