O Projeto Alma Africana, desenvolvido no Centro de Excelência Nelson Mandela, completa 20 anos com homenagens, apresentações culturais e debate sobre mulherismo africano em Aracaju.
O Projeto Alma Africana completou 20 anos de atuação com uma grande celebração realizada no Teatro Atheneu, em Aracaju, nesta quarta-feira (30). Promovido pelo Centro de Excelência Nelson Mandela, o evento contou com roda de conversa, apresentações culturais e a entrega do Troféu Malungos, em uma programação dedicada à valorização da cultura afro-brasileira e à luta por equidade racial e de gênero.
Coordenado por educadores da rede pública estadual, o projeto é reconhecido como uma das principais iniciativas de educação antirracista de Sergipe. Durante a abertura, o grupo de maracatu liderado pelo professor e artista Milton Leite emocionou o público com uma apresentação que exaltou as raízes africanas e a ancestralidade.
Um dos momentos centrais do evento foi a roda de conversa com o tema “Mulherismo africano: a potência de uma sensibilidade de mundo afrocentrada”. Participaram do debate a atriz Talita de França, a professora da UFS Neila Coêlho, a psicóloga Michelle Souza e a professora Morgana Santos. A roda reforçou a importância do protagonismo feminino negro nas lutas por equidade e respeito à diversidade.
“A ideia é discutir uma sensibilidade afrocentrada que valoriza o papel da mulher em comunidades baseadas no matriarcado. É também uma forma de agradecer a todos que, ao longo desses anos, fortalecem o Alma Africana”, destacou o professor Evanilson França, um dos fundadores do projeto.
Além dos debates, a cerimônia foi marcada pela entrega do Troféu Malungos, criado para homenagear instituições, entidades e lideranças que apoiam o projeto. Receberam a honraria representantes da Secretaria de Estado da Educação, do Neabi/UFS, do Sintese, da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA), do Departamento de Alimentação Escolar (DAE), do Instituto Braços, além de comunidades quilombolas e educadores comprometidos com a pauta da equidade racial.
Edson Costa, superintendente executivo da Seed, que representou o secretário Zezinho Sobral, destacou o envolvimento dos estudantes no evento: “É emocionante ver o protagonismo dos alunos na organização, na execução e até no cerimonial. Isso mostra que o trabalho está sendo feito com excelência”.
A programação segue nesta quinta-feira (31) com a reapresentação do espetáculo “A Elza que vi”, que já foi assistido por mais de três mil pessoas desde sua estreia em 2024. A peça é um dos produtos culturais nascidos dentro do Alma Africana, reforçando a potência do projeto como espaço de formação crítica e artística.
Fundado em 2005, o projeto nasceu na Escola Estadual Professor Benedito Oliveira, no Conjunto Orlando Dantas, e evoluiu ao longo dos anos até se consolidar no Centro de Excelência Nelson Mandela. Entre os reconhecimentos recebidos estão o Selo ODS 2023 e 2024, o Troféu ODS e o Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero (2024), reforçando o compromisso da comunidade escolar com a transformação social por meio da educação.
O Imprensa 24h segue acompanhando e divulgando projetos como o Alma Africana, que representam o compromisso com a equidade, o respeito à diversidade e a valorização da identidade negra em Sergipe.
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