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São Paulo: morre Dona Jacira, mãe de Emicida, aos 60 anos, símbolo da cultura periférica e ancestralidade negra

São Paulo: morre Dona Jacira, mãe de Emicida, aos 60 anos, símbolo da cultura periférica e ancestralidade negra

São Paulo: morre Dona Jacira, mãe de Emicida, aos 60 anos, símbolo da cultura periférica e ancestralidade negra
6 meses de gestão PMA

Jacira Roque Oliveira, conhecida como Dona Jacira, faleceu nesta segunda-feira (28), em São Paulo, aos 60 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Evandro Fióti, filho da escritora e irmão do rapper Emicida. A causa da morte não foi divulgada oficialmente.

Figura emblemática na luta por direitos e valorização da cultura periférica e afrobrasileira, Dona Jacira deixa um legado marcado pela resistência, poesia, arte e ancestralidade. Além de mãe de quatro filhos – entre eles, os artistas Emicida e Fióti – ela foi enfermeira, escritora, artista plástica e colunista. Sua trajetória inspirou gerações e ecoa em obras como o livro “Café”, lançado em 2019 pela editora LiteraRUA.

Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira, a família lamentou a perda e reforçou o impacto transformador que Dona Jacira teve na vida de muitas pessoas. “Dona Jacira foi uma mulher detentora de tecnologias ancestrais de sobrevivência e resistência que construíram um legado enorme para as artes e para a cultura afrobrasileira”, diz o texto. Leia a nota completa publicada pela assessoria de imprensa de Fióti:

“É com profunda tristeza que informamos o falecimento de Jacira Roque Oliveira, a Dona Jacira, aos 60 anos de idade.

Mãe, avó, escritora, compositora, poeta, artesã e formada em desenvolvimento humano, como gostava de ser reconhecida. Esse legado será levado adiante por sua família e todas as pessoas que tiveram suas vidas impactadas e transformadas por sua presença de cuidado, amor, luz e fé neste plano.

A família agradece por todo amor e carinho e pede que respeitem a sua privacidade nesse momento tão difícil.”

Da enfermagem à literatura periférica

Nascida na periferia da Zona Norte de São Paulo, Dona Jacira teve uma infância marcada por dificuldades. Foi internada em um convento ainda criança e se casou aos 13 anos. Criou os quatro filhos sozinha após o fim do casamento, enfrentando desafios como violência doméstica, alcoolismo do ex-companheiro e limitações provocadas por sua saúde fragilizada – ela convivia com lúpus e fazia hemodiálise há mais de 25 anos.

Mesmo diante dessas barreiras, formou-se técnica em enfermagem e construiu uma carreira baseada no ativismo, na arte e na valorização das raízes negras. Em sua autobiografia “Café” – obra de destaque na literatura periférica brasileira – Dona Jacira compartilha histórias de dor, superação e renascimento através da arte e da fé. Saiba mais sobre o livro clicando aqui.

Entre 2021 e 2023, atuou como colunista do portal UOL, onde abordava temas ligados à cultura negra, à educação e aos desafios das mulheres periféricas. A escritora também era referência em movimentos sociais que defendem o fortalecimento das comunidades de base e a educação antirracista.

Homenagens de Emicida e Fióti

Apesar do distanciamento público entre os filhos Emicida e Fióti após a ruptura na gestão da Laboratório Fantasma, em abril deste ano, Dona Jacira buscou manter-se como elo afetivo da família. Na época, posicionou-se em apoio a Fióti, mas o rapper afirmou que confiava em ambos os irmãos e destacou que a mãe “não tinha como escolher um lado”.

Emicida eternizou sua relação com Dona Jacira em diversas músicas, entre elas, o emocionante single “Mãe”, lançado em 2015. Na canção, o artista versa sobre a força materna e espiritual de sua mãe:
“Em tudo eu via a voz de minha mãe / Em tudo eu via nós”.

Dona Jacira também participa do clipe da música, que pode ser visto no canal oficial de Emicida no YouTube, reforçando a conexão profunda entre mãe e filho.

Repercussão nacional

A morte de Dona Jacira repercutiu amplamente nas redes sociais e portais de notícias, com manifestações de carinho vindas de artistas, ativistas e instituições culturais. Sua trajetória passa a compor de forma definitiva o imaginário da cultura negra contemporânea no Brasil.

O portal Imprensa 24h se solidariza com a família e reconhece o valor de Dona Jacira como uma das grandes referências da luta pela cultura, dignidade e memória da população periférica brasileira.

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