Durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Ataques Golpistas, realizada hoje no Senado Federal, o ex-juiz e atual senador Sergio Moro e o hacker Walter Delgatti Neto se envolveram em uma acalorada troca de acusações. Os dois protagonizaram um intenso embate, no qual Moro tentou desqualificar as falas de Delgatti Neto, enquanto este o acusava de mentir.
O ponto de partida da discussão foi a invasão do celular de Sergio Moro e outras autoridades da Operação Lava-Jato, ocorrida no episódio conhecido como “Vaza Jato”. Delgatti Neto foi identificado como o responsável pela invasão e pela divulgação de conversas privadas entre Moro, procuradores e demais envolvidos na operação.
Durante a sessão, Sergio Moro fez questão de ressaltar o passado criminal de Delgatti Neto, afirmando que ele havia sido condenado por estelionato. O senador utilizou essa informação para questionar a credibilidade das declarações do hacker, insinuando que ele poderia estar distorcendo fatos para atingir seus objetivos. Moro classificou Delgatti Neto como “criminoso” e tentou descredibilizar suas alegações.
Por sua vez, Walter Delgatti Neto não deixou barato e se referiu a Sergio Moro como um “mentiroso”. O hacker alegou que suas ações tinham o objetivo de expor alegadas irregularidades e conluios nos bastidores da Lava-Jato. Ele defendeu que suas ações tiveram motivações políticas e não foram movidas por interesses pessoais.
O clima da sessão se intensificou quando Delgatti Neto acusou Moro de ter sido parcial em suas decisões como juiz da Lava-Jato, gerando controvérsias na condução do processo. O hacker argumentou que sua ação foi um ato de revelação de informações que ele considerava de interesse público, enquanto o senador respondeu afirmando que a invasão de privacidade era um crime inaceitável.