A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aracaju divulgou nesta sexta-feira (28) a confirmação do primeiro caso de febre maculosa no estado de Sergipe. A vítima é um adolescente do sexo masculino, com 15 anos de idade, residente no Bairro Porto Dantas. A notícia ganhou destaque na imprensa, e a equipe do Imprensa 24h traz, em primeira mão, todos os detalhes sobre esse preocupante caso de saúde pública.
Detalhes do diagnóstico
De acordo com informações da SMS, o adolescente não possui histórico recente de viagem, mas é alguém que convive diariamente com cavalos, cães e galinhas. Esse contato próximo com animais pode ter sido o fator desencadeante da infecção. É importante ressaltar que a febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela, também conhecido como micuim, quando este se encontra infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
A doença apresenta sintomas como febre, náusea, cefaleia, dor abdominal, mialgia, prostração, astenia e, em alguns casos mais graves, tosse piosanguinolenta. No entanto, é necessário ressaltar que o paciente recebeu alta após a melhora do quadro clínico e segue sua rotina normalmente.
Situação epidemiológica no Brasil
Nos últimos meses, o país tem enfrentado uma preocupante situação em relação à febre maculosa. Somente no mês de junho, três pessoas perderam a vida em decorrência dessa doença. Para que ocorra a transmissão da febre maculosa, o carrapato infectado precisa permanecer fixado na pele da pessoa por um período prolongado.
Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho representam um risco maior, pois são mais difíceis de serem detectados. Vale destacar que a doença não é transmitida de uma pessoa para outra, mas sim pela picada do carrapato infectado.
Histórico do paciente e ações tomadas
No dia 19 de junho, o adolescente apresentou sintomas como febre, náusea, cefaleia, dor abdominal, mialgia, prostração, astenia e tosse piosanguinolenta, levando-o a procurar o Hospital Regional José Franco Sobrinho, localizado em Nossa Senhora do Socorro. Na ocasião, o resultado do exame apontou positivo para chikungunya.
Posteriormente, após a melhora do quadro clínico, o paciente recebeu alta no dia 26 de junho. Contudo, o resultado da primeira coleta para PCR revelou a presença da febre maculosa, e o Centro de Informações Estratégicas em Saúde (CIEVS) da SMS continua monitorando o caso. Ainda aguarda-se o resultado da segunda amostra da sorologia e dos carrapatos recolhidos no cavalo.
Ações adotadas após a confirmação
Após a confirmação do diagnóstico, uma equipe do Centro de Controle de Zoonozes foi mobilizada para investigar o caso. Familiares relataram que o paciente tem o hábito de circular no bairro montado a cavalo e de levar o animal para banhar em um riacho próximo, conhecido como riacho do moreno.
No entanto, não foram encontrados carrapatos vetores da febre maculosa no ambiente interno ou externo da residência. Porém, foram coletados carrapatos no cavalo da família e encaminhados para análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (LACEN).
Medidas preventivas e controle
Para evitar a propagação da febre maculosa e proteger a população, a equipe do Centro de Controle de Zoonozes realizou ações em sete quarteirões, visitando 160 residências, tanto no perímetro urbano quanto intradomiciliar. Algumas das medidas adotadas foram:
- Educação em saúde para a população, com o intuito de conscientizá-los sobre a doença;
- Busca ativa de pessoas e animais com sintomas, mesmo que nenhum caso suspeito tenha sido identificado;
- Coleta de carrapatos em dois equinos;
- Identificação de dois terrenos propícios à presença do carrapato;
- Coleta de sangue em treze cães domiciliados, restando apenas dois cães e dois equinos para a sorologia de febre maculosa.
A importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento adequado da febre maculosa e a recuperação do paciente. Portanto, é essencial que as pessoas fiquem atentas aos sintomas e, caso apresentem algum quadro suspeito, procurem imediatamente um serviço de saúde para avaliação médica.
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