A Sejuc abriu investigações sobre o vazamento de fotos da médica Daniele Barreto, encontrada morta no Presídio Feminino em Sergipe. Entenda os desdobramentos oficiais.
A Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor de Sergipe (Sejuc) instaurou procedimentos internos e policiais para investigar o vazamento de fotos da médica Daniele Barreto, encontrada morta dentro do Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro, na tarde desta terça-feira, 9. As imagens passaram a circular em redes sociais poucas horas após a confirmação do óbito, gerando indignação e repercussão no estado.
Em entrevista concedida nesta quarta-feira, 10, a secretária da Sejuc, Viviane Pessoa, informou que a pasta já iniciou uma apuração rigorosa. “Esse episódio será tratado com seriedade. Temos um procedimento da corregedoria e outro da esfera policial para descobrir quem deu causa ao vazamento”, destacou.
Segundo Viviane, durante os quatro meses em que Daniele esteve custodiada no sistema prisional, nenhuma imagem havia sido divulgada, mesmo diante da repercussão nacional do caso. “A interna foi preservada durante todo o tempo. Ontem, com o acesso de diversas equipes, ocorreu esse vazamento. Quem repassou ou teve acesso tem responsabilidade”, completou.
Ela também fez um apelo à população para que não compartilhe o material nas redes sociais. “Não repassem. A responsabilidade é de todos. Preservar a dignidade humana é um compromisso do sistema prisional sergipano”, disse.
Contexto do caso
Daniele Barreto, de 47 anos, estava presa preventivamente acusada de planejar o assassinato do esposo, o advogado José Lael, crime que teve grande repercussão em Sergipe. Na manhã de terça-feira, 9, ela havia retornado ao Presídio Feminino após audiência de custódia, que determinou sua saída de uma clínica de repouso e o retorno à unidade prisional, mantendo acompanhamento psiquiátrico.
Poucas horas depois, foi encontrada desacordada com um lençol enrolado no pescoço, dentro da cela em que estava sozinha. O óbito foi confirmado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) realizaram a perícia no local.
Críticas da defesa
O advogado de Daniele, Fábio Trindade, criticou a decisão judicial que determinou o retorno da médica ao presídio. Ele afirmou que a cliente já havia alertado sobre os riscos à própria vida. “Eu nunca imaginei que fossem cumprir um mandado de prisão em uma pessoa em tratamento. Ela foi retirada do tratamento e colocada para a morte”, declarou.
Segundo ele, Daniele apresentava sinais graves de sofrimento, incluindo automutilação e pensamentos suicidas. “A última palavra que Dani disse na audiência é que, se viesse pra cá, iria fazer isso. Eu alertei de todas as formas, documentei e disse que ela não podia vir”, completou.
Mais informações sobre o caso podem ser acompanhadas no site oficial da Secretaria de Justiça de Sergipe.
O Imprensa 24h seguirá acompanhando o desdobramento das investigações para manter a população bem informada com dados oficiais.
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