Índices futuros dos EUA caem após Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Lula promete reação com base na lei de reciprocidade econômica.
A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil impactou negativamente os mercados financeiros nesta quinta-feira (10), gerando queda nos índices futuros norte-americanos e aumentando a incerteza no cenário comercial global. A medida, segundo Trump, seria uma retaliação direta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar anular as eleições de 2022, além de reflexo de uma “relação comercial injusta” com o Brasil.
Logo após o anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tomará providências legais com base na lei de reciprocidade econômica, o que indica a possibilidade de uma escalada comercial entre os dois países. A declaração foi divulgada por canais oficiais do governo federal e destacada também no site da Agência Brasil.
O impacto no mercado financeiro foi imediato. Os índices futuros dos EUA operam em queda:
Dow Jones Futuro: -0,21%
S&P 500 Futuro: -0,15%
Nasdaq Futuro: -0,12%
Apesar da tensão comercial, os principais índices da bolsa norte-americana encerraram a quarta-feira (9) em alta, impulsionados pelo setor de tecnologia e pela forte valorização das ações da Nvidia, que se aproximou de um valor de mercado histórico de US$ 4 trilhões, segundo análise da Dow Jones.
Cenário internacional em alerta
A Ásia apresentou resultados mistos nesta quinta-feira, refletindo a cautela dos investidores. O Banco da Coreia manteve as taxas de juros inalteradas, enquanto as bolsas da região reagiram de forma diversa:
Shanghai SE (China): +0,48%
Nikkei (Japão): -0,44%
Hang Seng (Hong Kong): +0,60%
Kospi (Coreia do Sul): +1,58%
ASX 200 (Austrália): +0,59%
Na Europa, os mercados operam em alta, sustentados principalmente pelos ganhos no setor de mineração, após o anúncio da tarifa sobre o cobre, também de 50%, com início previsto para 1º de agosto. Destaque para as mineradoras Anglo American (+5%), Rio Tinto e Glencore (ambas com alta de cerca de 4%). A medida favorece o aumento do preço do metal e pode indicar um novo impulso da Casa Branca ao setor extrativista doméstico.
STOXX 600: +0,51%
DAX (Alemanha): +0,22%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,98%
CAC 40 (França): +0,55%
FTSE MIB (Itália): -0,33%
Commodities e criptomoedas
No setor de energia, o petróleo opera em leve baixa, refletindo o temor de desaceleração econômica global provocada pelo aumento de tarifas:
Petróleo WTI: -0,26%, a US$ 68,20
Petróleo Brent: -0,14%, a US$ 70,09
Já o minério de ferro avança pelo terceiro dia consecutivo, com alta de 3,67%, cotado a 763,50 iuanes (US$ 106,33) na bolsa de Dalian, com o mercado esperançoso por cortes na produção de aço na China.
No universo cripto, o Bitcoin (BTC) registra leve alta de 0,19%, cotado a US$ 111.288,43, conforme atualização nas últimas 24 horas.
O Imprensa 24h, que acompanha em tempo real os desdobramentos econômicos e políticos que afetam não apenas o Brasil, mas também o cenário internacional, reforça a importância da cautela dos investidores frente a um ambiente global cada vez mais volátil, especialmente em ano eleitoral nos Estados Unidos.
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