Em meio a uma série de comportamentos de risco no trânsito, o uso do celular por condutores de veículos continua sendo uma das principais causas de acidentes fatais. Enquanto a tecnologia oferece conveniência e conectividade, a distração resultante do uso do celular pode ter consequências devastadoras nas estradas, afetando não apenas o condutor, mas também a vida de outros usuários do trânsito. Além disso, a não utilização do cinto de segurança e do capacete também são fatores que desencadeiam colisões fatais.
O tenente Cleyton Bispo, da Companhia de Polícia de Trânsito (CPTran), explicou o impacto alarmante do uso do celular no tempo de resposta de um condutor para evitar um acidente. “No simples ato de olhar o celular durante três segundos a uma velocidade de 60km/h, o veículo percorre uma distância de 50 metros, equivalente ao comprimento de uma piscina olímpica”, destacou o tenente Bispo.
Durante esses poucos segundos em que a atenção do condutor se volta para o celular, não apenas a própria vida está em risco, mas também a vida de outros usuários da via. Essa fração de segundos pode ser o suficiente para desencadear um acidente fatal no trânsito.
Além do impacto da utilização do celular, outros comportamentos imprudentes também contribuem para as mortes no trânsito, como a não utilização do cinto de segurança, como explicou o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Victor Barros. Ele ressaltou que, embora os ocupantes de um veículo tenham uma sensação de maior proteção, especialmente quando comparados aos motociclistas, o cinto de segurança continua sendo um dispositivo crucial para salvar vidas.
“Mesmo em colisões a 40km/h, o impacto de um ocupante sendo projetado em direção a algum componente do veículo pode causar trauma e hemorragia interna, levando à morte. O cinto de segurança reduz significativamente esses riscos”, enfatizou o diretor do IML.
No caso das motocicletas, o não uso do capacete é um comportamento diretamente relacionado a acidentes fatais. Victor Barros destacou que os motociclistas envolvidos em acidentes fatais frequentemente sofrem traumatismo cranioencefálico, principalmente quando não usam o capacete, o qual desempenha um papel fundamental em reduzir a gravidade das lesões na região do crânio.
A fim de conscientizar a população sobre a importância da segurança viária e combater esses comportamentos de risco, a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Detran/SE e CPTran da Polícia Militar estão promovendo a ‘Campanha Eu Sou o Trânsito’. A iniciativa, realizada durante o mês de setembro em alusão à ‘Semana Nacional do Trânsito’, que ocorre entre os dias 18 e 25, busca engajar condutores de veículos, pedestres e ciclistas na promoção de um trânsito mais seguro.
A campanha conta com o apoio de diversas instituições, incluindo o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBMSE), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), Grupamento Tático Aéreo (GTA/SSP), Delegacia Especial de Delitos de Trânsito (PCSE), Instituto Médico Legal (IML/Polícia Científica), Regimento de Cavalaria Mecanizada de Motopatrulhamento (Getam), Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv/PMSE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Superintendências Municipais de Transportes e Trânsito (Capital e interior) e Grupo Energisa.
A ‘Campanha Eu Sou o Trânsito’ busca conscientizar a sociedade sobre a importância de adotar comportamentos responsáveis no trânsito, com o objetivo de salvar vidas e reduzir o número de acidentes fatais nas estradas de Sergipe. É uma iniciativa que visa transformar o comportamento dos condutores e promover um trânsito mais seguro para todos.


