Um caso de violência contra a mulher aconteceu na noite desta terça-feira, 20, em plenário, durante a sessão da Câmara Municipal de Capela.
A vereadora Carla Alves foi intimidada e agredida verbalmente pelo também vereador Adaltro dos Santos, ao se dirigir para assinar o livro de ponto, que registra a ordem do uso do plenário, a ponto de outros parlamentares terem de intervir temendo que o parlamentar a agredisse, como relatou o presidente Alexsandro Nascimento em pronunciamento.
“O vereador Adaltro, mais uma vez, se dirigiu a vereadora Carla, apontando o celular para o rosto da vereadora, falando de forma alta para a vereadora, agredindo de maneira verbal e covarde a vereadora, a ponto dos demais vereadores se levantaram para defender a vereadora para que não houvesse agressão física. E eu como presidente não vou, de forma alguma, me acovardar em defender qualquer mulher que esteja em plenário”, relatou Alexsandro.
No vídeo, que o próprio vereador Adaltro compartilhou em grupos de WhatsApp, o parlamentar, dentro do plenário, chamou a colega com nomes pejorativos, a exemplo de puxa-saco, se retirando após o uso da tribuna.
Ao iniciar seu pronunciamento, a vereadora Carla Alves se defendeu, no momento em que o colega se retirava do plenário.
“Pode se retirar porque o senhor não é homem para escutar o que tenho para falar. Quem quis me agredir foi o senhor, aqui, colocando o telefone na minha cara e querendo me intimidar, querendo me desmoralizar enquanto mulher, me esculhamba, querendo me agredir e não fica? Isso aqui não é um comício”, protestou Carla Alves, antes da sessão ser novamente suspensa diante do embate com o também vereador.
“Eu poderia estar aqui, relatando nosso trabalho, mas hoje, eu vou explicar o que aconteceu. Quando o vereador chegou aqui, fazendo todo o estardalhaço, eu fui dizer ao vereador que Câmara de Vereadores não é palanque político não, e quem causa essa bagunça é justamente essa pessoa [referindo-se ao vereador Adaltro], que começou a me gravar, querendo me intimidar. Só que você, vereador, não é homem para ouvir, venha gravar! Os meus colegas foram me defender pois é inadmissível um vereador que quer agredir os colegas verbalmente e fisicamente. Isso aqui não é um ringue de brigas, é uma Câmara de Vereadores”, alegou a vereadora.
A Polícia Militar chegou a ser acionada, diante dos fatos. Familiares da vereadora também se dirigiram para a sessão. O caso será levado à Polícia e também para a Comissão de Ética da Câmara de Vereadores do município.