A equipe de resgate da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) vem sendo acionada diariamente pela população para a apreensão de animais selvagens que aparecem nas residências e locais urbanos. Nos últimos atendimentos realizados, a equipe resgatou e fez a soltura na natureza de 14 animais, sendo nove cobras, um cágado, três jacarés e, na última segunda-feira, 19, foi acionada para resgatar um saruê em um condomínio no bairro Farolândia. Alvejado com tiro de espingarda de pressão, o animal foi levado para atendimento no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Parque da Cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
A equipe alerta para que a população não tente manusear os animais, preservando-os em local seguro, até a chegada dos especialistas, que poderão fazer a apreensão da forma adequada, levando-os para soltura na natureza. “É muito importante que a população entenda que o trato com o animal silvestre precisa de treinamento prévio. Não é seguro nem para a pessoa nem para o animal. E nosso objetivo é justamente preservar a integridade física dos dois, fazendo o manuseio adequado para que, desse contato, nenhum dos dois saia ferido”, alerta a presidente da Adema, Lucimara Passos.
O caso do saruê foi encaminhado pela Superintendência de Proteção Animal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semac) para a Delegacia Especializada de Proteção Animal e Meio Ambiente (Depama) para ser investigado à luz da legislação ambiental. “O saruê é um animal de extrema importância para o equilíbrio ecológico. É um marsupial do tipo gambá, que faz parte da fauna silvestre e não causa nenhum mal. Em sua grande maioria, os que são encontrados em áreas urbanas são fêmeas à procura de alimento e, muitas vezes, estão com filhotes em suas bolsas. Por isso, caso algum deles entre em área residencial, basta acionar os órgãos responsáveis para o resgate e soltura. Ferir ou matar esses animais é crime ambiental”, alerta Kitty Lima, superintendente de Proteção Animal da Semac.
Nas últimas diligências, sete jiboias foram capturadas nos municípios de N. Sra. do Socorro, Propriá, Estância, Barra dos Coqueiros e, em Aracaju, nos bairros Santa Maria, Porto Dantas e 18 do Forte; uma jararaca em N. Sra. do Socorro e uma coral verdadeira nas Mangabeiras, capital. Na última segunda, um jacaré foi resgatado entre as praias de Atalaia e Aruana; e nesta terça, 20, mais dois jacarés foram entregues à equipe de resgate de Fauna da Adema para soltura; sendo um pela Polícia Ambiental e outro pelos Bombeiros, juntamente com a equipe de resgate do aeroporto.
Segundo o veterinário Mathews Bezerra, coordenador de Resgate de Fauna da Adema, os animais podem aparecer em qualquer localidade. “Na capital, cobras são comumente encontradas em quase todos os bairros, com maior prevalência no Santa Maria, Zona de Expansão, Japãozinho, Cidade Nova, 18 do Forte e Jabotiana. Os jacarés a gente costuma encontrar mais na Zona Sul, mas também aparecem no Parque dos Faróis, no Santa Lúcia, etc. É preciso que a população esteja atenta e nos procure de imediato”, detalha.
A população pode acionar a Equipe de Resgate da Adema em qualquer ponto do estado, de domingo a domingo, através dos números (79) 9.9191 5535 e (79) 3198-7150. Os atendimentos de segunda a sexta-feira são realizados nos horários das 7h às 16h; e nos feriados e finais de semana, das 7h às 15h30. No caso de encontrar um animal silvestre fora desses horários, o cidadão deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, discando 193; ou com a Polícia Ambiental, ligando 190.