A BNCC extrapola o conceito de aprendizagem tradicional, fomentando a autonomia dos estudantes valorizando os saberes desses atores sociais
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define quais são os conteúdos e atividades escolares essenciais a todos os alunos da educação básica. Porém, sua implementação não aconteceu por igual nos diferentes níveis educacionais, já que em 2017 foram homologadas somente as etapas da educação infantil e do ensino fundamental. Contudo, o documento referente ao Ensino Médio foi reformulado e foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2018.
“A palavra unificar me transmite uma mensagem de padronização, e não é esse o objetivo da BNCC. O real sentido é ter um documento que promova a discussão de pontos essenciais para a educação, ou seja, uma base que norteia o currículo em todo o país. A partir dele, cada cidade, região, estado vão adequar essa base à sua realidade”, afirma a professora-doutora Catharine Prata Seixas, coordenadora operacional do curso de Pedagogia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe).
Para a educadora, a base comum atualiza o que se tem como modelo de educação no país, abandonando o modelo tradicional de ensinar que era empregado nas escolas públicas e privadas. “A base curricular extrapola o conceito de aprendizagem conteudista, tradicional, ela propõe uma aprendizagem que fomenta a autonomia dos estudantes, valorizando os saberes dos atores sociais”, destaca.
No processo de transição de modelo educacional, foi necessário formar os docentes para pensarem suas práticas de acordo com a nova base curricular, além de fazer com que não restassem dúvidas sobre as propostas das novas habilidades e competências. “Quando analisamos a formação destes profissionais, percebemos que as melhorias estão na forma de ver a criança como ator social de direitos, que atua de forma ativa no seu processo de aprendizagem, o profissional que tem a BNCC como norteador do currículo atua de forma dinâmica e busca uma aprendizagem significativa”, ressalta a professora.
A equipe diretiva composta por gestores e coordenadores têm se empenhado nos últimos anos para alinhar o Projeto Político Pedagógico da escola à realidade da base nacional. “Este processo de implementação não é simples e requer o diálogo democrático entre a equipe escolar e a comunidade. Desta forma, cada campo do conhecimento e seus respectivos professores têm analisado e estudado a BNCC para proporcionar ao educando acesso aos conteúdos de forma eficiente, produzindo conhecimento”, reforça Catharine.
Formação
As instituições de ensino superior, responsáveis por formar futuros professores e gestores educacionais, também têm seu papel de importância nesse processo. “A Universidade Tiradentes apresenta um currículo que dialoga com todas as políticas nacionais que versam sobre educação. Temos todos os componentes curriculares necessários para formar um profissional atento às mudanças históricas e sociais, bem como alinhados com a concepção de educação que fortalece a autonomia dos educandos”, conclui a professora.
Asscom | Grupo Tiradentes