Na última quarta-feira, 11 de outubro, o Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa, uma renomada unidade de ensino da rede pública estadual de Sergipe, escreveu um novo capítulo na história cultural do Alto Sertão Sergipano. Em um evento marcado por poesia, ciranda e reflexões sobre o papel da mulher no cordel, alunos e professores inauguraram a Cordelteca Alda Cruz, um espaço dedicado às produções histórico-culturais em formato de cordel, de autoria feminina.
A Cordelteca Alda Cruz é uma iniciativa inspiradora e inovadora que não apenas promove a apreciação da literatura de cordel, mas também contribui para a realização do Programa “Literatura de Cordel nas Escolas”, estabelecido pela Lei n°. 8.533, de 22 de maio de 2019. Esse programa visa enriquecer o conhecimento da comunidade escolar acerca da cultura popular brasileira. O projeto também presta uma emocionante homenagem à decana do cordel sergipano, Alda Cruz.
A professora Isis Gabrielle Silva da Penha, mestranda do curso de Letras e coorientadora do projeto, ex-aluna da escola, enfatiza a importância da Cordelteca: “A Cordelteca Alda Cruz disponibilizará não apenas a literatura de cordel para apreciação, mas também para cumprir o Programa ‘Literatura de Cordel nas Escolas’, contribuindo para o conhecimento da cultura popular brasileira na comunidade escolar.”
O evento de inauguração contou com a presença de cordelistas renomadas, como Daniela Bento e Alaíde Souza, além de figuras importantes, como a diretora técnica da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica de Sergipe (FAPITEC), Carla Patrícia Xavier; a coordenadora do PROCIT/FAPITEC, Stefani Romano Dias; a jornalista Kátia Azevedo e os membros da Academia Gloriense de Letras, Lucas Lamonier, Kelber Rodrigues e Tereza Nascimento.
O projeto “Representação da Mulher no Cordel”, que culminou na criação da Cordelteca, é resultado da parceria entre a Seduc e a Fapitel, através do Edital FAPITEC/SE/SEDUC/SE n° 02/2022 – Projetos na Escola. Seu objetivo principal é investigar a representação da mulher nos folhetos de cordel, tanto escritos por autores masculinos quanto por autoras femininas. Sob orientação do professor Jorge Henrique Vieira Santos e coorientação da professora Isis Gabrielle Silva da Penha, o projeto envolveu as bolsistas Emilly Vitória Silva Canuto Santos, Giullia Meneses Brito Dantas e Maria Luiza Silva Santos.
O professor Jorge Henrique enfatiza que os resultados do projeto foram apresentados à comunidade escolar com o intuito de sensibilizá-la para as questões enfrentadas pelas mulheres e promover mudanças de perspectivas e posturas.
Esses resultados também serão compartilhados em feiras científicas em Sergipe. Além disso, diversas ações de popularização dos estudos estão em desenvolvimento, incluindo seminários para alunos e professores do Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa, com a participação de cordelistas e palestrantes como Isis da Penha, Emilly Barreto e Daniela Bento. A Cordelteca é uma das manifestações concretas desse projeto que visa enaltecer a cultura do cordel e a representação da mulher nessa tradição literária.
Alda Cruz, a inspiração por trás do nome da Cordelteca, é uma figura notável do cenário cultural sergipano. Mãe, bisavó e tataravó, Alda nasceu em Aracaju, Sergipe, em 15 de novembro de 1929. Ela desempenhou um papel importante como escriturária do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), da cidade de São Cristóvão. Antes disso, foi professora na cidade de Pedrinhas. Alda Cruz é também acadêmica-fundadora da Academia Sergipana de Cordel – ASC, onde ocupa a cadeira de n° 09.
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