O encontro teve a participação da deputada federal Linda Brasil e a defensora pública Carla Caroline Oliveira.
Oficializado em 1970 pela Organização das Nações Unidas como o Dia Internacional da Mulher, o dia 8 de março representa a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.
Para celebrar a data, o Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Tiradentes (Unit) promoveu o Encontro em Atenção ao Dia Internacional da Mulher, nesta sexta-feira, 10. O objetivo foi celebrar o dia 8 de Março com um convite à reflexão e promoção de debates acerca de diferentes e relevantes problemáticas sociojurídicas no âmbito dos Direitos Humanos.
“É um dia de luta, resistência e de conscientização da sociedade do papel das mulheres. Então, o objetivo do evento é trazer uma análise crítica dessas temáticas com duas profissionais que trazem essa visão a partir do papel da mulher trans na política e da abordagem do feminismo decolonial. É um evento importante para chamar a atenção da comunidade para essas temáticas que são tão relevantes e que discutem as violações de direitos humanos”, diz a coordenadora do PPGD/Unit, Dra. Grasielle Borges.
A doutoranda Fernanda Mattos estuda no PPG/Unit sobre feminismo, gênero e sexualidade. “Quando falamos de Dia da Mulher e Mês da Mulher, essa mulher não é única, ela é diversa. Então, temos duas palestrantes que representam essa diversidade, uma mulher trans e uma mulher negra, que falam sobre dois temas extremamente relevantes e que durante muitos anos e ainda hoje são questões de tabu, são questões que incomodam e precisam incomodar para efetivarmos uma mudança no meio social”, comenta.
“Essas temáticas para a universidade diante da contemporaneidade. Só conseguimos modificar as coisas pelas lutas, então todo direito que conquistamos não é do nada. Estimular o diálogo também é um importante caminho para isso. Essas palestras e bate-papos, essa abertura de ideias também é um caminho bastante importante para gente classificar o que precisa ser modificado”, corrobora o mestrando João Vitor da Silva Batista.
Palestrantes
O encontro contou com a participação de Linda Brasil, deputada federal, mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e ativista transfeminista pelos direitos humanos e da comunidade LGBTQIA+ de Sergipe, abordando o papel da mulher trans na política; e Carla Caroline Oliveira, defensora pública e mestre em Direitos Humanos pela Unit, palestrando sobre o feminismo decolonial.
Para a palestrante convidada, Linda Brasil, falar sobre a mulher trans na política é uma responsabilidade e a continuidade da luta por igualdade de gênero. “A minha luta tem a base no feminismo, na luta a favor da igualdade de gênero, contra a violência, o machismo, a misoginia e por ser uma mulher trans, que já passou por vários processos de exclusão social, familiar, profissional e escolar, poder falar sobre esse tema é muito importante para fazer uma democracia e para a quebra de paradigmas diminuição do machismo e do racismo”, afirma.
“Eu acredito que esses encontros que são promovidos para a problematização das questões de direitos humanos é uma porta de entrada para a sociedade. Como a gente sofre esse processo de socialização para além da questão da educação, também está arraigado na nossa família, nas religiões, na televisão… Então, precisamos ter uma uma postura proativa para fazer esse enfrentamento. Se não tivermos encontros, rodas de conversa, eventos, palestras… em que proporcionamos à sociedade o contato com essa nova perspectiva, então não temos como mudar a forma como a sociedade se relaciona”, reforça a defensora pública Carla Caroline Oliveira.
Asscom Unit